O boxe brasileiro para 2028 está passando por uma grande reformulação, visando os Jogos Olímpicos de Los Angeles. Após um desempenho considerado abaixo do esperado em Paris 2024, com apenas uma medalha de bronze conquistada por Bia Ferreira, a Confederação Brasileira de Boxe (CBBoxe) anunciou mudanças significativas em sua estrutura, desde a comissão técnica até os atletas.
Uma das principais novidades é a chegada do técnico cubano Juan Francisco Paco Garcia, que assume o comando da equipe. Garcia já possui experiência com a seleção brasileira, tendo trabalhado nos Jogos Olímpicos de Atlanta 1996 e Atenas 2004. Sua experiência internacional e conhecimento do boxe podem trazer uma nova perspectiva para o time.
Mateus Alves, que liderou a equipe técnica nos últimos 15 anos, agora assume o cargo de coordenador técnico permanente. Alves participou do CBC & Clubes Expo, onde ministrou palestra sobre a relação entre treinadores, clubes e o esporte de alto rendimento. Sua mudança de função foi uma decisão pessoal, visando contribuir de forma estratégica para o futuro do boxe brasileiro.
As mudanças na CBBoxe não se limitam à comissão técnica. A Confederação busca renovar sua equipe, mantendo apenas alguns profissionais do ciclo anterior, como um auxiliar, um fisioterapeuta, uma médica e uma nutricionista. Essa renovação visa trazer novas energias e abordagens para o treinamento dos atletas.
Apesar do resultado em Paris 2024, Mateus Alves considera que o ciclo olímpico como um todo foi positivo, com destaque para os 12 pódios no Pan-Americano de Santiago 2023 e os sete no Mundial. No entanto, ele reconhece que “problemas internos sérios de relacionamento” prejudicaram o desempenho da equipe nas Olimpíadas.
Alves mencionou o excesso de mídia e patrocínio, que teriam tirado o foco dos atletas, além de conflitos internos que chegaram perto de agressões físicas. Para ele, esses fatores contribuíram para a desunião do grupo e afetaram o rendimento nas competições.
Outro fator que impactou o ciclo olímpico foi a tentativa de golpe na CBBoxe durante o Pan de Santiago. Na época, uma assembleia foi convocada para discutir a destituição do presidente Marcos Brito, gerando desgaste emocional e distrações para a equipe.
Após a questão ter sido contornada, Marcos Brito lidera uma chapa única na eleição presidencial da CBBoxe. A expectativa é que a nova gestão traga estabilidade e foco para a preparação dos atletas rumo aos Jogos de Los Angeles.
Para Mateus Alves, um bom desempenho em Los Angeles se tornou uma “questão pessoal”. Após 15 anos dedicados à Confederação, ele se sente motivado a superar os desafios e buscar resultados expressivos nas próximas Olimpíadas.
Após polêmicas envolvendo a Associação Internacional de Boxe (IBA), o Comitê Olímpico Internacional (COI) concedeu reconhecimento provisório à World Boxing, o que mantém a modalidade no programa dos Jogos Olímpicos.
O Brasil sediará a primeira etapa da World Boxing Cup em Foz do Iguaçu, em março. A equipe também participará de etapas no Cazaquistão e na Índia, além do Campeonato Mundial em Liverpool, na Inglaterra, em setembro.
Abner Teixeira e Wanderley “Holyfield” Pereira terão uma carreira híbrida, dividindo-se entre o boxe olímpico e o profissional. Essa estratégia já foi utilizada por Bia Ferreira, e permite que os atletas busquem novas oportunidades e desafios, sem abandonar o foco na preparação olímpica.
Via eSHoje