Um **juiz com identidade falsa** em São Paulo é acusado pelo Ministério Público de utilizar documentos falsos durante sua carreira na magistratura, incluindo o período em que fez o curso de Direito e se aposentou. A denúncia aponta que o nome verdadeiro do juiz é José Eduardo Franco dos Reis. O Tribunal de Justiça de São Paulo (TJSP) informou que não pode se pronunciar sobre o caso.
A fraude veio à tona quando Edward Wickfield, nome usado pelo juiz, solicitou uma segunda via da carteira de identidade. O Sistema Automatizado de Identificação Biométrica (AFIS/ABIS) identificou que as digitais do juiz correspondiam às de José Eduardo Franco dos Reis, levantando suspeitas sobre a autenticidade de sua identidade.
A investigação revelou que José Eduardo Franco dos Reis tirou seu primeiro RG em 1973 em Águas da Prata. Em 1980, ele obteve um novo documento em nome de Edward Wickfield, utilizando um certificado falso de reservista do Exército, comprovante falso de servidor do Ministério Público do Trabalho, carteira de trabalho e título de eleitor com o nome falso.
Segundo o promotor Maurício Salvadori, José Eduardo Franco dos Reis criou a identidade de Edward Albert Lancelot Dodd Canterbury Caterham Wickfield, mantendo ambas as identidades. Em 1988, ele ingressou na Faculdade de Direito da USP, onde foi contemporâneo de Alexandre de Moraes, atual ministro do Supremo Tribunal Federal (STF).
Em 1996, Edward Wickfield foi aprovado no concurso para a magistratura paulista e se aposentou em 2018 como titular da 35.ª Vara Cível de São Paulo. Em entrevista, ele afirmou ser descendente de nobres ingleses e ter morado na Inglaterra, onde estudou Matemática e Física.
Durante sua atuação como juiz, nenhuma das partes nos processos suspeitou que suas decisões eram tomadas por alguém que utilizava uma identidade falsa. O promotor afirmou que o **juiz com identidade falsa** enganou diversas instituições públicas e jurisdicionados.
Em janeiro deste ano, o juiz recebeu R$ 155 mil dos cofres públicos, incluindo R$ 37,7 mil de remuneração e R$ 120 mil em vantagens eventuais. O caso está sendo investigado pela 29.ª Vara Criminal da Capital em segredo de Justiça. O TJ-SP informou que não pode se pronunciar sobre o caso por se tratar de um processo pendente de julgamento.
A situação levanta questões sobre os mecanismos de verificação de identidade utilizados no passado e a necessidade de aprimorar os sistemas de segurança para evitar fraudes. O caso do **juiz com identidade falsa** expõe a fragilidade dos antigos métodos de identificação e a importância da biometria na prevenção de crimes de falsidade ideológica.