Lorenzo Pazolini, atual prefeito de Vitória pelo Republicanos, tem demonstrado uma aproximação estratégica com o campo da direita capixaba, especialmente com o eleitorado bolsonarista. Visando as eleições para o Palácio Anchieta no próximo ano, suas recentes movimentações e declarações indicam um claro realinhamento político, buscando consolidar seu nome como uma liderança confiável dentro desse espectro ideológico.
Em 2022, Pazolini adotou uma postura neutra em relação à reeleição de Jair Bolsonaro, buscando manter uma imagem de independência. No entanto, com as eleições de 2026 no horizonte, onde é visto como um potencial candidato ao governo do Espírito Santo, sua estratégia parece ter mudado.
A defesa pública da anistia aos envolvidos nos atos de 8 de janeiro, em Brasília, é um exemplo notável dessa guinada. Essa postura, alinhada com o discurso de aliados de Bolsonaro e parlamentares do PL, funciona como um sinal de identificação com as bases bolsonaristas, sugerindo uma concordância com a narrativa de que os acusados são vítimas de “excesso” judicial.
Além das declarações, Pazolini tem demonstrado essa aproximação através de ações concretas. A nomeação da ex-deputada federal Soraya Manato, uma figura proeminente e fiel aliada de Bolsonaro no estado, para um cargo na administração municipal, é um exemplo claro. Outro nome que reforça essa tendência é o do ex-secretário estadual de Segurança Pública, Coronel Alexandre Ramalho, também identificado com pautas conservadoras e o grupo político bolsonarista.
Essas ações estão em consonância com a estratégia do Republicanos de se firmar como uma legenda de centro-direita, capaz de dialogar com diferentes partidos desse campo, incluindo o PL de Bolsonaro e outras forças conservadoras. A aproximação com a direita mais ideológica surge como um movimento estratégico para ampliar o leque de alianças e pavimentar um caminho para uma candidatura estadual competitiva.
A mudança de postura de Pazolini, que parece ter deixado para trás a neutralidade de 2022, sugere uma busca por capitalizar o eleitorado bolsonarista no Espírito Santo. Seu gesto em favor da anistia não é apenas uma opinião isolada, mas um claro recado político de alguém que aspira ser reconhecido como uma opção viável pela direita em 2026.
A prefeitura também tem investido em eventos como a “Páscoa Encantada de Vitória 2025”, com um custo estimado de R$ 3,7 milhões para produção e organização em diversos locais da cidade, conforme publicado no Diário Oficial do município. Paralelamente, Pazolini e o bolsonarismo marcaram presença na caminhada pela conscientização do autismo, demonstrando engajamento em causas sociais.
Outros políticos também marcaram presença em eventos importantes. O deputado federal Gilson Daniel priorizou a caminhada pela conscientização do autismo, enquanto o deputado federal Da Vitória participou tanto da caminhada quanto da Corrida Trabalha, Corre e Confia, promovida pelo governador Renato Casagrande e o prefeito de Vila Velha, Arnaldinho Borgo. O senador Magno Malta também esteve presente em um evento pró-Bolsonaro em São Paulo.
As recentes movimentações de Pazolini indicam uma clara estratégia de fortalecer sua imagem junto ao eleitorado conservador, visando futuras disputas eleitorais e alinhando-se com as tendências políticas do Republicanos. Resta acompanhar os próximos passos e como essa aproximação com o bolsonarismo impactará o cenário político capixaba.
