Desaceleração de tarifas: impacto nas contas do capital de risco e perspectivas futuras

Descubra como a desaceleração induzida por tarifas afeta o capital de risco no Brasil e as possíveis consequências.
08/04/2025 às 11:04 | Atualizado há 3 meses
Capital de risco
Sócios limitados ponderam desafios financeiros em um possível mercado em baixa nos EUA. (Imagem/Reprodução: Infomoney)

Em tempos de incerteza econômica, o mundo dos negócios aprendeu a seguir o fluxo do dinheiro, um mantra crucial com a iminência de novas tarifas e um mercado Nasdaq instável. Este cenário exige uma análise das empresas mais suscetíveis e como os mercados privados reagem às mudanças econômicas.

O Capital de risco e o private equity financiam startups, mas dependem de sócios limitados (LPs) como fundos de pensão, doações e fundos soberanos, que controlam o fluxo de capital. O comportamento desses LPs, influenciado por mudanças econômicas e no mercado de ações, pode reconfigurar todo o sistema de mercado privado.

Dados históricos desde a década de 1970 mostram a ciclicidade dos mercados privados e a dificuldade em obter financiamento durante recessões. O financiamento de Capital de risco diminuiu significativamente em 2001 e 2009, ilustrando essa volatilidade. O ciclo atual destaca-se por um boom de risco impulsionado por juros baixos, seguido por um mercado de baixa em 2022 e investimentos massivos em Inteligência Artificial.

A ausência de IPOs e fusões e aquisições no recente boom da IA impactou os retornos dos sócios limitados, resultando em uma queda na captação de recursos de Capital de risco desde 2022. Notavelmente, 75% do capital levantado foi destinado a apenas 30 empresas de Capital de risco, com nove delas captando metade desse montante.

Quase 80% dos sócios limitados recusaram-se a reinvestir em alguns de seus VCs no ano passado, segundo pesquisa da Coller Capital. A expectativa de recuperação do setor de Capital de risco para este ano, impulsionada por uma possível flexibilização regulatória, pode ser afetada pelas tarifas de Trump, forçando investidores e fundadores de startups a considerar um mercado de baixa prolongado ou recessão.

Empresas como Klarna e StubHub já suspenderam seus planos de IPO. Além disso, a falta de retornos para os LPs e a atratividade crescente de ativos mais líquidos e de menor risco, como títulos e infraestrutura, podem desviar investidores do mercado de Capital de risco.

O futuro do ecossistema de Capital de risco permanece incerto, com a possibilidade de um grande ajuste de contas. A implementação de tarifas pode ser o catalisador para mudanças significativas, influenciando a estratégia de investidores e o financiamento de novas empresas.

Via InfoMoney

Artigos colaborativos escritos por redatores e editores do portal Vitória Agora.