Funcionárias da Microsoft são demitidas após protesto em evento de aniversário da empresa

Demitidas após confrontar executivos, funcionárias da Microsoft geram repercussão em evento de aniversário.
08/04/2025 às 15:04 | Atualizado há 2 meses
Demissão na Microsoft
Trabalhadores protestam contra parceria da empresa com o Exército israelense durante evento. (Imagem/Reprodução: G1)

Após interromperem um evento de comemoração do 50º aniversário da **Microsoft**, duas funcionárias foram demitidas. O motivo? Protestar contra a parceria da empresa com o exército israelense. As manifestações, que ocorreram na última sexta-feira, resultaram em acusações de má conduta e perturbação, levando à rescisão do contrato das engenheiras.

A primeira funcionária a protestar foi Ibtihal Aboussad, engenheira de software, que confrontou Mustafa Suleyman, chefe de IA da Microsoft, durante seu discurso. Aboussad acusou a Microsoft de vender armas de IA ao exército israelense e de alimentar um genocídio na região, chamando Suleyman de “war profiteer“, termo usado para descrever alguém que lucra com guerras.

Vaniya Agrawal, a segunda funcionária, interrompeu uma parte posterior do evento, também sendo demitida. Segundo a carta de demissão de Aboussad, a Microsoft a acusou de buscar notoriedade e causar a maior interrupção possível. Agrawal, que já havia pedido demissão, teve seu desligamento antecipado.

Em resposta aos protestos, Suleyman tentou acalmar a situação, afirmando que estava ouvindo as manifestações. No entanto, Aboussad continuou a protestar, atirando um cachecol keffiyeh no palco, um símbolo de apoio ao povo palestino, antes de ser retirada do evento. A atitude gerou debates internos sobre a postura da empresa em relação a conflitos internacionais.

O grupo No Azure for Apartheid, que se opõe à venda da plataforma Azure da Microsoft para Israel, informou que Aboussad foi demitida na segunda-feira. A Microsoft justificou a demissão, alegando que Aboussad poderia ter manifestado suas preocupações de forma confidencial e que suas acusações foram hostis e inapropriadas. A empresa também mencionou que a conduta de Aboussad foi tão agressiva que ela precisou ser escoltada para fora do local pela segurança.

A Microsoft afirmou, em comunicado, que oferece “muitos caminhos para que todas as vozes sejam ouvidas”, mas ressaltou a importância de que isso seja feito sem interromper os negócios. A empresa declarou que está comprometida em garantir que suas práticas comerciais mantenham os padrões mais elevados. A **demissão na Microsoft** gerou discussões sobre liberdade de expressão dentro da empresa.

Uma investigação da Associated Press revelou que modelos de IA da Microsoft e da OpenAI foram usados em um programa militar israelense para selecionar alvos de bombardeio em Gaza e no Líbano. Esse fato intensificou os protestos contra a Microsoft, que já haviam ocorrido em fevereiro, quando cinco funcionários foram retirados de uma reunião com o CEO Satya Nadella por protestar contra os contratos com Israel.

Em meio a crescentes críticas, a empresa se defende, alegando que sua tecnologia é destinada a fins pacíficos e que está comprometida com o uso ético da inteligência artificial. A situação, no entanto, continua a gerar controvérsia, com debates sobre o papel das empresas de tecnologia em conflitos globais.

Via G1

Artigos colaborativos escritos por redatores e editores do portal Vitória Agora.