Um estudo recente do NetLab, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), revelou uma epidemia de Golpes com PIX no Facebook e outras plataformas da Meta. Entre 10 e 21 de janeiro, mais de 1.770 anúncios fraudulentos foram detectados. A pesquisa coincidiu com a ampliação das normas de fiscalização do PIX pela Receita Federal, alvo de muitas notícias falsas que foram posteriormente desmentidas pelo governo.
Os golpistas aproveitaram essa onda de desinformação para enganar as vítimas. Eles prometiam dinheiro que, segundo os criminosos, seria alvo de apreensão pelo governo. Cerca de 40% desses anúncios levavam a sites falsos, imitando páginas oficiais de instituições públicas. Logomarcas de órgãos como Caixa Econômica Federal e Banco Central foram usadas para dar credibilidade às fraudes.
O estudo destaca que 70% das postagens continham elementos adulterados por inteligência artificial. Vídeos manipulados de políticos e jornalistas foram usados para criar um senso de legitimidade nos anúncios. 151 anunciantes diferentes criaram os conteúdos fraudulentos, direcionando o público para 87 sites diferentes.
Esses anúncios pagos foram impulsionados nas plataformas da Meta, atingindo um público maior. As ferramentas de marketing da Meta, que permitem segmentar anúncios por critérios demográficos, geográficos e interesses, maximizaram o alcance dessas fraudes. A escolha da Meta para o estudo se deve a sua Biblioteca de Anúncios, que permite analisar campanhas ativas. Porém, o NetLab criticou a falta de transparência da empresa.
A Meta, em resposta, afirmou que atividades fraudulentas são proibidas em suas plataformas. A empresa declarou que está sempre aprimorando suas tecnologias para combater atividades suspeitas. A empresa também recomenda que os usuários denunciem conteúdos suspeitos. A falta de controle sobre anúncios enganosos nas plataformas da Meta é um fator que contribui para crimes digitais, especialmente em países do Sul Global.
Via g1