A Tecnologia da Fórmula E está impulsionando inovações surpreendentes para os carros elétricos de rua. Inspirada na Fórmula 1, a categoria de carros 100% elétricos tem acelerado o desenvolvimento de soluções como recarga rápida de baterias e sistemas de regeneração de energia. As montadoras estão de olho nessas novidades para aprimorar seus veículos e oferecer mais eficiência aos consumidores.
A competição entre equipes como Nissan e Porsche tem fomentado a criação de tecnologias que antes eram exclusivas das pistas. Tommaso Volpe, da Nissan, explica que o conhecimento adquirido nas ruas, com modelos como o Leaf, foi crucial para o desenvolvimento dos carros de Fórmula E. Agora, esse ciclo se inverte, e as pistas mostram o caminho para as ruas.
A terceira geração dos carros de Fórmula E trouxe avanços significativos. A aceleração de 0 a 100 km/h, por exemplo, diminuiu para 1,82 segundo, um aumento de 30% na velocidade. A tração nas quatro rodas é um dos fatores responsáveis por esse desempenho.
Para aumentar a emoção nas corridas, a Fórmula E utiliza o “modo ataque”, que libera mais potência para o carro por cinco minutos. Essa tecnologia já foi incorporada no Porsche Taycan Turbo GT, aumentando sua potência máxima para 952 cv. Essa experiência nas pistas é muito valiosa para a Porsche.
O desenvolvimento do motor elétrico é um dos focos principais da Tecnologia da Fórmula E. Diferente da Fórmula 1, as equipes da Fórmula E utilizam o mesmo chassi, o que direciona os investimentos para a criação de novas tecnologias para motores, transmissões e baterias, com ênfase na regeneração de energia.
A meta é maximizar a eficiência energética, transformando toda a energia da bateria em tração. A Porsche também valoriza o aprendizado no motorsport, pois permite testar as tecnologias em condições extremas. O Porsche 99X, usado na Fórmula E, proporcionou maior liberdade no desenvolvimento de componentes como motor elétrico, inversor e software.
Outra inovação importante é o sistema de carregamento ultrarrápido de 600 kW. Durante as corridas, um carregador portátil conectado ao carro libera cerca de 4 kW em 30 segundos, aumentando a autonomia em 10%. Embora pareça pouco, essa diferença pode ser decisiva.
Esse sistema fornece experiência no manuseio de baterias de carros elétricos durante o carregamento. O objetivo é otimizar o carregamento ultrarrápido para carros de passeio, aumentando a potência e reduzindo o tempo de recarga. Segundo Leandro Rodrigues Sabes, da Porsche Brasil, o importante é saber em qual janela a potência estará disponível, e essa experiência é transferida para os carros de rua.
Dirigir um carro elétrico tem suas particularidades. Ao contrário dos carros a combustão, os elétricos oferecem torque instantâneo. Sérgio Sette Câmara, piloto da Nissan, afirma que dirigir um elétrico é mais fácil. Ele ainda ressalta que “Se o motorista pisa 30% no acelerador, o carro entrega 30% da potência, e assim por diante”.
A frenagem também é diferente. Os carros elétricos possuem a tecnologia one-pedal, que permite dirigir usando apenas o acelerador. Ao pisar, o carro acelera, e ao levantar o pé, ele freia, facilitando o controle da velocidade. Esse sistema regenera energia, enviando-a de volta para a bateria. Na Fórmula E, a mesma pastilha de freio é usada durante toda a temporada, mostrando a eficiência desse sistema.
O próximo passo é transferir os avanços da Tecnologia da Fórmula E para os carros de produção em massa. A evolução de softwares que gerenciam a energia da bateria é outra área de grande potencial. O gerenciamento de energia é crucial para o desempenho nas corridas e valioso para todas as equipes.
A administração de energia é fundamental para as fabricantes. Esses computadores tomam decisões rápidas, aumentando a autonomia e liberando mais potência. Os carros elétricos têm grande flexibilidade nesse aspecto. A Nissan está focada no desenvolvimento de soluções para aumentar a eficiência e na evolução do software de gerenciamento de energia.
Via G1