Comércio entre EUA e China enfrenta desafios após tarifa de 145%: futuro incerto?

Descubra como o comércio entre EUA e China pode se adaptar após a tarifa de 145%.
13/04/2025 às 09:02 | Atualizado há 2 meses
Comércio entre EUA e China
Tarifas de Trump podem devastar o comércio entre EUA e China, com riscos severos. (Imagem/Reprodução: Infomoney)

O Comércio entre EUA e China, que por décadas moldou a economia global, encontra-se em um momento crítico, com tarifas elevadas que dificultam as negociações bilaterais. As tarifas dos EUA sobre produtos chineses chegam a 145%, enquanto a China impõe tarifas de 125% sobre produtos americanos, impactando diretamente a competitividade dos produtos. Pequim reconhece que, nessas condições, os produtos dos EUA têm pouca chance no mercado chinês.

Essa situação está desfazendo uma relação comercial que antes era muito próxima, onde a China fabricava uma ampla gama de produtos para consumo nos EUA. Apesar das tensões, ambos os países sinalizam abertura para negociações, embora sem um diálogo claro. A CNN reportou que os EUA esperam que a China tome a iniciativa de solicitar uma ligação telefônica com o governo americano.

Em 2024, os EUA importaram US$ 438 bilhões em mercadorias da China, enquanto as exportações para a China somaram US$ 143,5 bilhões, segundo dados do Escritório do Censo dos EUA. As tarifas adicionais impostas por ambos os lados afetam diversos setores, como aço, alumínio, produtos agrícolas, maquinário pesado e até filmes americanos.

Se o cenário atual persistir, com altas tarifas, empresas ocidentais e chinesas devem buscar alternativas de produção em países como Vietnã, Índia e México. No entanto, há riscos, como a possibilidade de novas tarifas sobre países que atraem investimentos chineses. O Vietnã, por exemplo, está considerando restringir produtos chineses que passem por seu território, como parte das negociações tarifárias com os EUA.

A China argumenta que não depende mais tanto dos EUA como antes, com menos de 15% de suas exportações indo diretamente para o país, em comparação com 19% em 2018. Pequim também tem buscado outras fontes de importação, como Brasil e Austrália, especialmente para produtos agrícolas.

Apesar das dificuldades, a China adota uma postura firme em sua relação com os EUA, com representantes afirmando que o país “lutará até o fim” se a guerra comercial persistir. Dexter Roberts, do Global China Hub do Atlantic Council, observa que os chineses estão preparados para suportar dificuldades, o que fortalece sua posição.

Embora uma guerra comercial seja prejudicial, ela pode acelerar a busca da China por menor dependência do Ocidente e das exportações. No entanto, substituir o mercado americano por outros, como Europa e Sudeste Asiático, não é fácil, devido ao menor potencial de consumo e ao risco de retaliação.

Economistas concordam que uma separação total entre as economias dos EUA e da China seria prejudicial para ambos os países. Iain Osgood, da Universidade de Michigan, adverte que tarifas acima de 100% seriam “absolutamente punitivas” e muitas empresas americanas não sobreviveriam. Uma solução possível seria reduzir as tarifas para níveis mais razoáveis, entre 15% e 30%.

A escalada da guerra comercial levanta a questão de como seria o mundo se as duas maiores economias se recusassem a negociar. A falta de diálogo pode aumentar a probabilidade de conflitos, já que as relações comerciais têm um efeito moderador. No final, o destino das duas economias gigantes permanece interligado, e um colapso do Comércio entre EUA e China prejudicaria empresas e consumidores em ambos os países, tornando o mundo mais instável.

Via InfoMoney

Artigos colaborativos escritos por redatores e editores do portal Vitória Agora.