No coração de Arida, no Japão, uma equipe de trabalhadores concretizou um feito notável: a construção de uma nova estação de trem em apenas seis horas. A Estação de trem impressa, erguida durante a madrugada, substitui uma estrutura de madeira com mais de 75 anos, marcando um avanço na construção civil. A iniciativa demonstra como a tecnologia pode otimizar processos e reduzir custos.
A nova estação, cujos componentes foram criados através da impressão 3D, representa um projeto inovador. A West Japan Railway Co. estima que a construção tradicional levaria mais de dois meses e custaria o dobro. Essa abordagem inovadora surge como resposta aos desafios impostos pelo envelhecimento da população e pela diminuição da mão de obra, que impactam a manutenção da infraestrutura ferroviária, especialmente em áreas rurais.
A estação Hatsushima, situada em uma cidade costeira de Arida, atende cerca de 530 passageiros diariamente. Yui Nishino, uma estudante de 19 anos, expressou seu entusiasmo ao ver a construção da primeira estação impressa em 3D do mundo. Ela ressalta a rapidez do processo e demonstra otimismo em relação ao uso da tecnologia para outras edificações.
A Serendix, empresa de construção parceira da West Japan Railway, informou que a impressão das peças e o reforço com concreto levaram sete dias. As peças foram transportadas por 800 quilômetros de uma fábrica em Kumamoto até Hatsushima. Kunihiro Handa, cofundador da Serendix, destaca que a construção tradicional exige vários meses de trabalho noturno para não interromper o tráfego de trens.
No final de março, a chegada das peças atraiu muitos moradores, que acompanharam a montagem da nova estação. Em menos de seis horas, as peças foram montadas com o auxílio de um grande guindaste. A nova estação, com pouco mais de 9 metros quadrados, foi finalizada antes da chegada do primeiro trem da manhã.
A estrutura minimalista apresenta designs com motivos de laranja-mandarina e peixe-espada, símbolos de Arida. A West Japan Railway planeja abrir a estação em julho, após a instalação de equipamentos internos. Ryo Kawamoto, presidente da JR West Innovations, acredita que o projeto demonstra como manter o serviço em áreas remotas com menos mão de obra.
Toshifumi Norimatsu, que trabalha perto da estação, expressou sentimentos conflitantes sobre a substituição da antiga estação de madeira, construída em 1948. Automatizada desde 2018, a nova estação representa um marco, e Norimatsu espera que ela beneficie outras localidades. A iniciativa da estação de trem impressa em Arida pode servir de modelo para outras regiões que enfrentam desafios semelhantes.
Via InfoMoney