Geração Z reconhece dependência do celular e debate o uso excessivo de telas

Estudo aponta que os jovens se sentem presos ao celular, apesar de reconhecerem os problemas.
13/04/2025 às 17:04 | Atualizado há 3 meses
Uso excessivo de telas
Jonathan Haidt discute os impactos das telas na infância e soluções para o uso saudável. (Imagem/Reprodução: G1)

Jonathan Haidt, autor do livro “Geração Ansiosa”, trouxe à tona discussões importantes sobre os efeitos do uso de celulares e redes sociais na infância. Em entrevista à BBC, Haidt detalhou como as crianças se tornaram “consumidoras de conteúdo” e o que pode ser feito para reverter essa situação. A obra de Haidt gerou debates e um alerta sobre os riscos do uso excessivo de telas para a saúde mental dos jovens.

A dificuldade de afastar as crianças das telas é um desafio compartilhado por muitos pais. Haidt ressalta que essa dependência exige ações coletivas, pois a pressão social e a onipresença dos dispositivos tornam o problema complexo. A Geração Z reconhece os impactos negativos dos celulares, mas se sente presa a eles, conforme apontado por Haidt.

Escolas que adotaram a política de “livres de celulares” relatam melhorias no comportamento dos alunos. A medida, que envolve a entrega dos aparelhos no início do dia e a devolução ao final, tem se mostrado eficaz na redução de problemas disciplinares e no aumento da interação social entre os estudantes. A experiência demonstra que o ambiente escolar se torna mais agradável e propício ao aprendizado quando os celulares são deixados de lado.

Haidt observa que o medo e a superproteção dos pais, especialmente a partir dos anos 1990, contribuíram para o aumento do tempo de tela entre as crianças. A falta de confiança nos vizinhos e na comunidade fez com que os pais se sentissem mais responsáveis por monitorar e ocupar o tempo dos filhos, muitas vezes recorrendo aos dispositivos eletrônicos como uma forma de entretenimento e segurança.

O autor destaca que a questão da igualdade educacional se inverteu. Antes, o foco era garantir que crianças de baixa renda tivessem acesso a computadores. Hoje, a preocupação é oferecer a essas crianças a mesma proteção que os pais ricos proporcionam aos seus filhos, limitando o tempo de tela e incentivando atividades presenciais. O uso excessivo de telas pode prejudicar o desenvolvimento mental e social das crianças.

Para os jovens, Haidt argumenta que existem empresas que querem “fisgar” a atenção deles, transformando-os em meros consumidores de conteúdo. Ele os incentiva a buscar uma vida mais ativa e emocionante, desconectando-se das telas e interagindo com amigos e o mundo real. O livro “Geração Ansiosa” não é apenas sobre telas, mas sobre o tipo de infância que desejamos para nossos filhos.

Via G1

Artigos colaborativos escritos por redatores e editores do portal Vitória Agora.