De acordo com dados da consultoria IDC, a Apple aumentou em 10% os envios de iPhones no primeiro trimestre deste ano. Essa medida visou acelerar as entregas e, principalmente, evitar os impactos das tarifas impostas sobre produtos provenientes da China. Entre janeiro e março, a empresa enviou 57,9 milhões de unidades, superando os 52,6 milhões registrados no mesmo período do ano anterior.
O aumento nos embarques de iPhones não necessariamente reflete um crescimento na demanda. Segundo a IDC, esse aumento foi motivado por uma estratégia de antecipação a tarifas, buscando evitar as tarifas sobre as exportações da China para os EUA. A Apple e outras empresas do setor de tecnologia estavam se preparando há meses para as novas tarifas, reforçando seus estoques nos Estados Unidos.
Essa estratégia de aumentar a oferta, visando mitigar o impacto de custos e possíveis interrupções, inflacionou os dados de embarque do primeiro trimestre, superando o que seria esperado com base na demanda real. Dispositivos que já estavam em território americano antes da vigência das tarifas ficaram isentos das cobranças. Os embarques também aumentaram em outras regiões, devido ao receio de alta de preços e desabastecimento.
As tarifas anunciadas poderiam alcançar até 145%, mas foram reduzidas após uma isenção aplicada a eletrônicos. No entanto, essa trégua pode ser temporária, já que novas tarifas, voltadas para produtos com semicondutores, podem ser implementadas. A exclusão dos modelos iPhone Pro do programa de subsídios do governo chinês impactou os embarques na China.
A Apple deve divulgar seus resultados do segundo trimestre em breve, o que proporcionará uma visão mais clara sobre as vendas efetivas no período. No restante da indústria de smartphones, o desempenho se manteve praticamente estável. A Xiaomi apresentou o segundo maior avanço, com um aumento de 2,5%, enquanto a Oppo registrou a maior queda, com um recuo de cerca de 7%.
O mercado total de smartphones cresceu 1,5%, atingindo 305 milhões de unidades. A Samsung liderou o mercado com aproximadamente 61 milhões de aparelhos e uma participação de 20%, seguida pela Apple, com 19%. Consumidores, temendo novos aumentos, correram às lojas para garantir seus iPhones. Além da antecipação a tarifas, a Apple está diversificando sua produção, com uma fábrica na Índia que responde por 20% da produção global e pode atender parte da demanda dos EUA com alíquota mais baixa.
Via InfoMoney