A Reforma política Espírito Santo está próxima do fim. Cinco mudanças significativas em secretarias importantes já ocorreram. Resta apenas uma indicação para o governador Renato Casagrande (PSB) concluir o processo iniciado no começo do ano. O objetivo é acomodar lideranças e partidos aliados.
O Podemos, partido liderado pelo deputado federal Gilson Daniel, é o único que ainda não definiu seu representante no primeiro escalão, apesar da oferta de uma vaga. Inicialmente, Gilson Daniel se indicou, mas o governador recusou. A razão não é pessoal, já que Gilson já ocupou cargo de secretário no governo Casagrande. A questão é que a sua saída da Câmara Federal abriria espaço para Coronel Ramalho assumir seu lugar.
Coronel Ramalho, ex-secretário de Segurança, concorreu a deputado federal em 2022 pelo Podemos, obtendo 33.874 votos, mas não se elegeu. Ele deixou o governo em 2023 para concorrer a prefeito em Vila Velha. Após se filiar ao PL e buscar o apoio de Jair Bolsonaro, Ramalho se tornou um opositor do governo, criando um impasse para o Podemos.
Gilson Daniel se mostra irredutível em indicar outro nome que não o dele. Atualmente, Emanuela Pedroso, ex-prefeita e secretária de Governo, trabalha na gestão, mas não é considerada uma cota do Podemos. As negociações entre o partido e o governo ainda não chegaram a um consenso. Embora algumas lideranças do Podemos tenham declarado o fim das negociações e a ausência de uma secretaria para o partido, o governador mantém a espera.
Casagrande declarou: “Estamos à disposição do Podemos para receber as indicações. Elas poderão ocorrer na hora que o Podemos desejar. Se tiver, nós ficaremos felizes com a representação no Governo”. Ele confirmou que a indicação do Podemos conclui a reforma do secretariado, mas ressaltou que mudanças pontuais podem ocorrer posteriormente.
Desde o ano passado, o governador busca reorganizar o primeiro escalão para incluir partidos aliados visando as eleições de 2026. A vaga oferecida ao Podemos não é apenas um gesto de boa vontade, mas uma estratégia para consolidar uma aliança, crucial para o plano do governo de eleger Casagrande ao Senado e Ricardo Ferraço (MDB) ao governo.
As mudanças já realizadas incluem a nomeação de ex-prefeitos de cidades importantes, como Colatina, Cachoeiro e Serra, reforçando o apoio regional para as próximas eleições. Também há o caso do deputado licenciado Tyago Hoffmann (PSB), aliado próximo de Casagrande, que está à frente da secretaria com maior orçamento do governo. Finalmente, o governo Casagrande também se reaproximou do PP, selando uma aliança com a indicação de Josias da Vitória para o primeiro escalão.
As mudanças anunciadas até agora incluem: a Secretaria da Saúde (Sesa), com a saída de Miguel Duarte e a entrada de Tyago Hoffmann (PSB); a Secretaria de Desenvolvimento Urbano (Sedurb), com a saída de Marcus Vicente (PP) e a entrada de Marcos Aurélio (PP); a Secretaria de Desenvolvimento (Sedes), com a saída de Ricardo Ferraço (MDB) e a entrada de Sergio Vidigal (PDT); a Secretaria de Turismo (Setur), com a saída de Philipe Lemos (PDT) e a entrada de Victor Coelho (PSB); e a Secretaria de Recuperação do Rio Doce (Serd), com a saída de Ricardo Iannotti (PSB) e a entrada de Guerino Balestrassi (MDB).
A definição da participação do Podemos na Reforma política Espírito Santo é aguardada, definindo o formato final das alianças políticas para o próximo pleito eleitoral. As articulações políticas continuam em curso.
Via Folha Vitória