Zuckerberg depõe no caso antitruste da Meta e nega criação de monopólio

Zuckerberg depôs em um caso antitruste, negando que a Meta tenha criado um monopólio. Entenda os detalhes do processo.
15/04/2025 às 07:31 | Atualizado há 2 meses
Caso antitruste da Meta
Reguladores enfrentam o desafio de restaurar a concorrência no setor tecnológico. (Imagem/Reprodução: Infomoney)

Em Washington, o presidente-executivo da Meta, Mark Zuckerberg, testemunhou em um julgamento onde a empresa é acusada de práticas antitruste. As autoridades dos EUA alegam que a Meta gastou bilhões para adquirir o Instagram e o WhatsApp, com o objetivo de neutralizar a concorrência ao Facebook. A Comissão Federal de Comércio (FTC) busca reestruturar ou forçar a venda dessas plataformas.

Zuckerberg, trajando terno escuro e gravata azul-clara, refutou as acusações de que a Meta comprou as empresas para eliminar a competição no mercado de redes sociais. Ele enfatizou que o compartilhamento entre amigos e familiares era apenas uma das prioridades, juntamente com a descoberta de novos conteúdos dentro das aplicações.

O executivo mencionou que uma decisão de 2018, que priorizou conteúdos de amigos no Facebook em vez de vídeos e posts públicos, não conseguiu acompanhar a mudança no comportamento dos usuários, que passaram a compartilhar mais por mensagens privadas. Ele também estimou que apenas 20% do conteúdo no Facebook e 10% no Instagram vêm de amigos, com o restante sendo de contas seguidas por interesse.

A FTC destacou emails nos quais Zuckerberg propôs a aquisição do Instagram como forma de neutralizar um potencial concorrente do Facebook e expressou preocupação de que o WhatsApp pudesse evoluir para uma rede social. A Meta argumenta que as aquisições do Instagram em 2012 e do WhatsApp em 2014 trouxeram benefícios aos usuários.

A Meta também argumenta que as declarações passadas de Zuckerberg não são mais relevantes, considerando a concorrência do TikTok da ByteDance, do YouTube do Google e do aplicativo de mensagens da Apple. O comportamento dos usuários nas mídias sociais é central para o caso. A Meta argumenta que o aumento no tráfego do Instagram e do Facebook durante o breve desligamento do TikTok nos EUA em janeiro demonstra competição direta.

A FTC alega que a Meta detém um monopólio das plataformas usadas para compartilhar conteúdo com amigos e familiares, sendo o Snapchat e o MeWe seus principais concorrentes nos Estados Unidos. As plataformas onde os usuários transmitem conteúdo para estranhos, como X, TikTok, YouTube e Reddit, não são consideradas intercambiáveis pela FTC.

O juiz distrital federal James Boasberg observou que a FTC enfrenta desafios para sustentar suas alegações no julgamento. O julgamento pode se estender até julho. Se a FTC vencer, deverá provar que medidas como a venda do Instagram ou do WhatsApp restaurariam a concorrência. Perder o Instagram seria prejudicial para os resultados financeiros da Meta.

Apesar de a Meta não divulgar números de receita específicos do Instagram, a empresa de pesquisa de publicidade Emarketer projetou que o Instagram geraria US$37,13 bilhões este ano, um pouco mais da metade da receita de anúncios da Meta nos EUA. O Instagram também gera mais receita por usuário do que o Facebook. Até agora, o WhatsApp contribuiu com uma pequena parte da receita total da Meta, mas é o maior aplicativo da empresa em termos de usuários diários.

Zuckerberg acredita que os serviços de mensagens comerciais impulsionarão o próximo crescimento da empresa. O Caso antitruste da Meta continua sendo um ponto crucial para o futuro da empresa, com implicações significativas para a concorrência no mercado de redes sociais.

Via InfoMoney

Artigos colaborativos escritos por redatores e editores do portal Vitória Agora.