Fundador de fintech é acusado de fraude por uso controverso de IA e trabalho humano

Fundador de fintech é acusado de fraude por operar com IA usando mão de obra humana. Descubra todos os detalhes desse caso.
16/04/2025 às 12:32 | Atualizado há 3 dias
Fraude de fundador de fintech
Ex-CEO da fintech Nate, Albert Saniger, acusado de enganar investidores com aplicativo. (Imagem/Reprodução: Startupi)

A fraude de fundador de fintech da Nate, Albert Saniger, veio à tona com acusações formais de enganar investidores. O esquema envolvia promover um app de compras automatizadas supostamente impulsionado por inteligência artificial, enquanto, nos bastidores, operadores humanos realizavam as tarefas. O caso levanta questões sobre a transparência e a veracidade das alegações de IA no setor de tecnologia.

A fintech Nate, fundada em 2018, captou mais de US$ 50 milhões de fundos renomados, como Coatue e Forerunner Ventures. Em 2021, a Renegade Partners liderou uma rodada de US$ 38 milhões. A promessa era uma experiência de compra universal e instantânea, com tecnologia de IA que permitia adquirir qualquer produto com um clique.

Contudo, o Departamento de Justiça dos Estados Unidos (DOJ) revelou que a automação real era inexistente, mesmo após a contratação de especialistas e investimentos em aprendizado de máquina. Em vez de algoritmos, trabalhadores contratados acessavam plataformas de e-commerce manualmente, inserindo dados dos clientes e completando as compras.

Essa prática contradizia as informações fornecidas aos investidores, que acreditavam estar investindo em um modelo escalável e inovador baseado em inteligência artificial. Saniger usou essa narrativa para atrair capital e expandir a presença da Nate no mercado, de acordo com a investigação.

A operação da Nate foi encerrada em janeiro de 2023, após o esgotamento dos recursos financeiros. Os ativos foram liquidados, resultando em perdas quase totais para os investidores. Saniger deixou o cargo de CEO no mesmo ano e, atualmente, é sócio-gerente da Buttercore Partners, que não se manifestou sobre o caso.

O caso reacendeu o debate sobre empresas que divulgam soluções baseadas em IA sem realmente utilizá-la em suas operações centrais. O DOJ afirmou que o aplicativo de compras era, na verdade, operado por pessoas contratadas para simular o funcionamento do sistema. Essa prática, conhecida como “pseudo-automação”, levanta questões sobre ética e regulação no uso comercial da inteligência artificial.

As investigações continuam, e Saniger poderá ser responsabilizado por fraudes contra investidores, caso as acusações sejam confirmadas. A deturpação das funcionalidades da Nate comprometeu decisões financeiras baseadas em informações enganosas. Este caso reforça a importância da validação técnica em negócios que se apresentam como baseados em IA, para evitar perdas econômicas e danos à credibilidade do setor.

Via Startupi

Artigos colaborativos escritos por redatores e editores do portal Vitória Agora.