Pesquisa revela que excesso de marcas em uniformes não favorece o patrocínio de times

Estudo aponta que uniformes sobrecarregados não atraem patrocinadores.
17/04/2025 às 06:02 | Atualizado há 2 meses
Patrocínio de times
Torcedores lembram até 3 marcas por time; ativação é essencial na Super Mundial da FIFA. (Imagem/Reprodução: Infomoney)

No competitivo mundo do futebol, a busca pela atenção dos torcedores leva as marcas a investirem pesado em patrocínio de times. No entanto, será que encher os uniformes com logotipos garante o retorno esperado? Um estudo da Ilumeo revela que a exposição excessiva nem sempre se traduz em maior engajamento ou identificação com o público.

A pesquisa aponta que, apesar de 60% dos torcedores não se incomodarem com a quantidade de marcas nas camisas, o impacto real dessas ações pode ser menor do que se imagina. Afinal, os torcedores se lembram, em média, de apenas três marcas estampadas nos uniformes de seus clubes.

O patrocinador máster lidera a lembrança, com 51%, seguido pelo fornecedor esportivo, com 40%. Esse cenário indica que o excesso de marcas pode gerar uma saturação visual, diluindo o valor de cada exposição individual e comprometendo a eficácia da comunicação. Portanto, é fundamental que as marcas não confundam visibilidade com relevância e busquem estratégias que promovam uma conexão emocional com os torcedores.

A pesquisa da Ilumeo também destaca que 52% dos entrevistados se identificam com as marcas que patrocinam seus clubes. Além disso, 66% afirmaram que continuariam consumindo produtos dessas marcas, mesmo que elas passassem a apoiar um clube rival. Esses dados mostram que a relação entre o consumidor e a marca vai além da rivalidade esportiva, sendo influenciada por outros fatores, como a qualidade dos produtos e a identificação com os valores da empresa.

Marcelo Paciello, especialista em marketing esportivo, ressalta a importância de ativar a marca por meio de ações que vão além da simples exposição do logotipo no uniforme. Para ele, não basta ser o patrocinador máster se não houver um projeto de longo prazo alinhado com ações de engajamento que gerem maior reconhecimento da marca. Os dados mostram que os torcedores se lembram de poucos patrocinadores, geralmente o máster e o fornecedor do uniforme, reforçando a necessidade de estratégias mais eficazes.

O primeiro Super Mundial de Clubes da Fifa trará uma regra interessante: apenas o patrocinador máster e o fornecedor de material esportivo poderão estampar suas marcas nos uniformes dos participantes. Essa medida, que visa padronizar os uniformes e proteger os patrocinadores da competição, impactará diretamente os 32 clubes do torneio, incluindo Palmeiras, Flamengo, Botafogo e Fluminense, que precisarão fazer adaptações em seus uniformes.

Thiago Freitas, COO da Roc Nation Sports no Brasil, acredita que a valorização de camisas com menos patrocinadores busca aproximar os torneios do padrão da Copa do Mundo, onde a quantidade de marcas expostas pelas seleções é limitada. Fernando Kleimmann, sócio-diretor da Volt Sport, concorda, afirmando que o regulamento prioriza a estética e a padronização visual do torneio, resultando em camisas mais “limpas” e alinhadas a um padrão internacional. Essa medida, segundo ele, valoriza a identidade dos clubes e reforça a percepção de exclusividade do patrocinador máster, seguindo uma tendência de design mais minimalista no futebol.

Em um mercado cada vez mais competitivo, o patrocínio de times de futebol exige estratégias inteligentes e focadas no engajamento emocional dos torcedores. A simples exposição da marca no uniforme já não garante o retorno esperado, sendo fundamental investir em ações que promovam a identificação com o público e fortaleçam a relação entre a marca e o consumidor.

Via InfoMoney

Artigos colaborativos escritos por redatores e editores do portal Vitória Agora.