Aumento de preços da Shein e Temu nos EUA é uma resposta ao tarifaço de Trump

Shein e Temu aumentarão preços nos EUA em resposta a tarifas de Trump.
17/04/2025 às 17:03 | Atualizado há 5 meses
Aumento de preços da Shein
Guerra comercial EUA-China afeta consumidores com impacto nas compras online. (Imagem/Reprodução: Startupi)

A **guerra comercial** entre os Estados Unidos e a China está começando a pesar no bolso dos consumidores. Gigantes do e-commerce como Temu e Shein já anunciaram que vão aumentar os preços de seus produtos para os clientes americanos a partir da próxima semana. A justificativa? Custos operacionais mais altos devido a novas regras tarifárias internacionais.

As duas empresas emitiram comunicados quase idênticos em seus sites, informando que os “ajustes de preços” entram em vigor a partir de 25 de abril, sem detalhar o percentual exato do aumento de preços da Shein e de outros produtos. Essa medida é uma resposta direta às políticas do ex-presidente Donald Trump, que voltou a prometer endurecer as relações comerciais com Pequim.

No início do mês, Trump assinou uma ordem executiva para acabar com a chamada “provisão de minimis”, um dispositivo que isenta de impostos importações de até US$ 800. A mudança passa a valer em 2 de maio e deve afetar cerca de 4 milhões de pacotes por dia, a maioria vinda da China e de Hong Kong.

Com esse novo cenário nos EUA, muita gente espera que plataformas como Temu, Shein e AliExpress foquem em mercados com regras mais leves, como o Brasil, reacendendo a discussão sobre a “taxa das blusinhas”. No Brasil, o debate sobre a competição entre produtos importados e a indústria local está fervendo.

Eduardo Natal, advogado tributarista e presidente do Comitê de Transação Tributária da ABAT, alerta para a necessidade de cautela. Segundo ele, aumentar impostos pode proteger a indústria, mas quem acaba pagando a conta é o consumidor. A solução ideal, segundo Natal, seria investir em estratégias mais estruturadas para combater importações predatórias.

Isso inclui fortalecer a fiscalização aduaneira, exigir certificações e dar incentivos diretos à indústria nacional, como desoneração da cadeia produtiva e fomento à inovação. Natal também alerta para o risco de o Brasil adotar medidas protecionistas que prejudiquem sua reputação no cenário internacional.

Desde os anos 1980, o Brasil é uma economia aberta. Retrocessos podem minar acordos comerciais e afastar investimentos. A solução, segundo ele, precisa equilibrar a proteção ao mercado interno e a manutenção do poder de compra da população.

Via Startupi

Artigos colaborativos escritos por redatores e editores do portal Vitória Agora.