Acionistas da Tupy manifestam insatisfação com indicações do BNDESPar no conselho

Acionistas da Tupy reclamam de nova indicação política do BNDESPar no conselho em meio a dificuldades financeiras da empresa.
26/12/2025 às 14:19 | Atualizado há 2 horas
               
Acionistas da Tupy reclamam da interferência da BNDESPar na governança da empresa. (Imagem/Reprodução: Braziljournal)

Acionistas da fundição Tupy expressam descontentamento com a indicação do ministro da Defesa José Múcio ao conselho de administração pela BNDESPar, após a renúncia de Márcio Spata, também indicado pela estatal. A Tupy foi obrigada a convocar assembleia para oficializar a troca.

Essa não é a primeira movimentação do BNDESPar, que detém 30,7% das ações, em um contexto de resultados negativos e renegociação de dívidas da companhia. Outros investidores, como Previ e Trígono, também possuem participação relevante.

A gestora Charles River sugeriu reformas no estatuto para evitar indicações políticas e exigir experiência comprovada nos cargos. A BNDESPar defende suas indicações com base em práticas de governança e experiência dos indicados.

Os acionistas da fundição Tupy voltaram a demonstrar insatisfação com a interferência da BNDESPar na governança da companhia. A estatal indicou o ministro da Defesa, José Múcio, para o conselho de administração, após a renúncia de Márcio Spata, também indicado pelo BNDESPar. A empresa foi obrigada a convocar uma assembleia para oficializar a troca.

Essa não é a primeira vez que a BNDESPar altera membros do conselho durante o mandato, tendo realizado movimentações semelhantes em 2023, quando indicou ministros para ocupar vagas. Atualmente, o BNDESPar detém 30,7% da Tupy, enquanto Previ e a gestora Trígono possuem 27% e 9,9%, respectivamente.

O presidente do conselho, Jaime Kalsing, lamentou a saída de Spata, destacando o momento delicado da companhia e a forma inadequada da substituição. O conselheiro Mauro Cunha criticou a renúncia, apontando que abre espaço para mais uma indicação política em meio à piora nos resultados e à recente renegociação dos covenants da dívida.

A gestora Charles River, com 4,4% da Tupy, manifestou descontentamento e solicitou assembleia para discutir reformas no estatuto, incluindo critérios rigorosos para elegibilidade de conselheiros e diretores, vetando vínculos políticos e exigindo experiência executiva comprovada.

A BNDESPar defende que suas indicações visam levar experiência e seguem regras legais e práticas de governança, ressaltando o currículo do ministro Múcio. Além do conselho, a estatal indicou novo membro ao conselho fiscal da empresa.

O ano de 2023 foi difícil para a Tupy, com queda de 50% nas ações após troca de CEO e enfraquecimento do mercado de veículos pesados, principal segmento da companhia, impactado por juros altos e tarifas, refletindo na redução do EBITDA e necessidade de renegociação da dívida.

Via Brazil Journal

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