Se todos no Brasil resolvessem sacar dinheiro bancos simultaneamente, o sistema financeiro enfrentaria um colapso. Os bancos operam com um sistema de reservas fracionárias, o que significa que não mantêm dinheiro suficiente em caixa para cobrir todos os depósitos. Entenda o que aconteceria nesse cenário hipotético e como o sistema bancário funciona.
Imagine milhões de brasileiros tentando sacar dinheiro bancos ao mesmo tempo. Caixas eletrônicos esvaziariam rapidamente. A realidade é que não existe dinheiro físico suficiente para todos. Os bancos utilizam a moeda escritural, um tipo de dinheiro fictício que representa valores em circulação na economia. Para cada real físico, existem R$ 7,60 virtuais circulando entre contas e investimentos.
Este sistema funciona porque os bancos confiam que não haverá uma corrida massiva aos caixas. Se todos sacassem ao mesmo tempo, o Banco Central precisaria imprimir quantidades absurdas de dinheiro para honrar os saques. Caso contrário, os bancos quebrariam, como aconteceu nos EUA durante a crise de 1929, quando a moeda escritural já existia, mas não era digital como hoje.
Seu dinheiro no banco, na verdade, circula na economia. Ele pode estar financiando o apartamento de um vizinho ou até mesmo a fabricação do seu novo fogão. Este ciclo se repete continuamente, com o dinheiro transitando entre bancos, empresas e pessoas. Quando você deposita dinheiro no banco, ele se torna parte desse fluxo.
Ao sacar dinheiro bancos, você recebe de volta parte desse fluxo. A instituição financeira tem a obrigação de devolver seu dinheiro, mesmo que ele esteja temporariamente aplicado em outros lugares. Imagine depositar dinheiro na poupança para comprar um eletrodoméstico. Este mesmo valor pode estar financiando a empresa que fabrica o eletrodoméstico. Ao final, a empresa quita o empréstimo com o dinheiro da venda do produto.