A série “Adolescência”, disponível na Netflix, tem gerado discussões importantes sobre os perigos que os jovens enfrentam no mundo virtual. Vanessa Cavalieri, juíza da Vara da Infância e Juventude do Rio de Janeiro, compartilha sua visão sobre como essa produção expõe riscos muitas vezes ignorados pelos pais. Para Cavalieri, a série reflete uma realidade que ela acompanha de perto, com adolescentes cada vez mais vulneráveis a crimes digitais e influências negativas online.
A série se destaca por apresentar um protagonista comum, vindo de uma família estruturada, o que intensifica a percepção de que tais tragédias podem acontecer em qualquer contexto. A juíza Vanessa Cavalieri, com dez anos de experiência na Vara da Infância e Juventude, observa uma mudança no perfil dos jovens infratores. Antes, eram adolescentes em situação de vulnerabilidade socioeconômica. Agora, há um número crescente de jovens de classe média e alta envolvidos em crimes digitais e planejamento de ataques.
É notório que a maioria dos casos envolve meninos, cerca de 90%, independentemente da classe social ou do tipo de crime. No ambiente digital, há um aumento de crimes de ódio, misoginia, homofobia e ideologias extremistas, quase sempre praticados por garotos. Cavalieri aponta para o ressentimento masculino em relação a pautas de gênero como um fator que os leva a movimentos como os incels, que propagam o ódio contra mulheres.
Para a juíza, é urgente promover um debate equilibrado sobre masculinidades, ensinando aos jovens sobre relações respeitosas e afetivas. A falta de pertencimento e afeto pode levar alguns garotos a radicalizações perigosas. Vanessa Cavalieri oferece quatro lições valiosas que pais e educadores podem aprender com a série para se reconectarem com a vida online de seus filhos e garantir a segurança deles.
A primeira lição é estudar sobre a adolescência. Cavalieri percebeu que o conhecimento jurídico não era suficiente para lidar com os casos, buscando uma abordagem multidisciplinar para entender o comportamento dos jovens. É essencial que os pais tenham letramento sobre a adolescência, compreendendo o que é natural nessa fase e quais são as necessidades dos filhos.
Compartilhar experiências é outra dica crucial. Muitos pais perdem a conexão com os filhos na adolescência, sendo necessário ter mais compaixão e interesse pelo universo deles. Interessar-se pelos seus gostos, mesmo que diferentes, pode criar um vínculo importante.
Monitorar a atividade online dos filhos não deve ser visto como invasão de privacidade, mas como uma medida de segurança. A internet é um ambiente perigoso, e a falta de supervisão pode levar a consequências graves. O uso de aplicativos de controle parental e o conhecimento das senhas dos filhos são importantes para agir em caso de emergência.
Por fim, estabelecer limites claros para o tempo de uso da internet é fundamental. O uso excessivo de telas está ligado a problemas de saúde, como depressão e obesidade. É importante definir horários para desligar os aparelhos e restringir conteúdos inadequados, como apostas online, que são viciantes e proibidas para menores de 18 anos.
A temática da Adolescência na internet é central para entender os desafios que os jovens enfrentam hoje. A série “Adolescência” na Netflix serve como um alerta, expondo uma realidade que exige atenção e cuidado por parte de pais e educadores.
Compreender os riscos da Adolescência na internet é crucial. É preciso equilibrar o uso das tecnologias com atividades que promovam o bem-estar físico e mental, como esportes, leitura e momentos de convivência familiar. A conscientização sobre os perigos do mundo virtual e o diálogo aberto são ferramentas importantes para proteger os adolescentes.
O impacto da Adolescência na internet é significativo. A superexposição a conteúdos inadequados, o cyberbullying e o contato com pessoas mal-intencionadas são alguns dos riscos que os jovens enfrentam. A importância de ensinar os adolescentes a usar a internet de forma consciente e responsável é crucial.
Os desafios da Adolescência na internet são constantes. A rápida evolução das tecnologias exige que pais e educadores se mantenham atualizados e atentos aos novos perigos. O diálogo aberto e a confiança mútua são essenciais para que os jovens se sintam à vontade para compartilhar suas experiências e pedir ajuda quando necessário.
Via G1