Adotei um dumbphone e descubra como isso mudou minha vida digital

Dumbphone em vez de smartphone: uma artista conta sua experiência ao abandonar o celular inteligente. Descubra os desafios e benefícios dessa mudança e reflita sobre sua relação com a tecnologia. Saiba mais!
02/02/2025 às 07:32 | Atualizado há 4 meses
Dumbphone em vez de smartphone
Dumbphone em vez de smartphone

A artista e ativista anti-tecnologia, August Lamm, relata sua experiência ao trocar seu smartphone por um Dumbphone em vez de smartphone. Ela discute os desafios e benefícios dessa mudança, incentivando uma reflexão sobre nossa relação com a tecnologia. Será que o “downgrade” é uma alternativa viável para o vício em smartphones?

August Lamm, de 29 anos, distribuía panfletos para um evento sobre “downgrading”, incentivando as pessoas a abandonarem seus smartphones. Durante essa atividade, ela descobriu sobre a proibição do TikTok nos EUA, um evento que reforçou sua missão. Há três anos, Lamm trocou seu smartphone por um Nokia 2780 flip, um dumbphone com funções básicas. Ela usa as redes sociais em um computador apenas para divulgar sua mensagem, evitando a rolagem infinita das telas.

O “downgrading”, termo adotado por Lamm, representa a mudança para um celular básico. Muitos questionam a praticidade, citando a necessidade de GPS, FaceTime e outros recursos. Lamm argumenta que eliminar a opção de acesso constante à internet é a melhor forma de combater o vício. Reduzir o tempo de tela, embora tentado por muitos, exige grande autocontrole.

Antes de adotar o dumbphone, Lamm era influenciadora de arte no Instagram, com quase 200 mil seguidores. Sua renda dependia do aplicativo. Em 2022, um bloqueio repentino de sua conta gerou insegurança financeira e isolamento social. A experiência destacou a fragilidade da dependência das redes sociais, tanto profissional quanto pessoalmente.

O breve fechamento do TikTok evidenciou a dependência das pessoas em relação às plataformas digitais para conexão humana. A perda de acesso revelou a falta de controle sobre o próprio conteúdo online. Dados pessoais, arte e relacionamentos se transformam em mercadoria para empresas de tecnologia, utilizados até para treinar IAs. Além disso, a dependência digital leva à perda de hábitos como manter agendas, álbuns de fotos e diários.

Lamm questiona se o “downgrading” é possível sem grandes inconvenientes. Estudos mostram que norte-americanos passam de três a cinco horas diárias em seus smartphones, número ainda maior para adolescentes. A artista recebe e-mails de pessoas buscando ajuda para lidar com o vício em tecnologia, mas também de quem conseguiu se libertar.

A mudança cultural em direção ao “downgrading” é gradual. Assim como muitos dependem da internet para navegar no dia a dia, as gerações mais jovens cresceram com essa dependência. A perda do TikTok, para os mais jovens, seria comparável à perda de discos, livros, revistas, telefones e correios para os adolescentes dos anos 1970. A mudança também impacta profissionais que dependem das plataformas para seu trabalho.

Lamm não abandonou a internet por completo. Ela utiliza Instagram, X e Substack, mas sem a pressão da constante disponibilidade no bolso. Ela se sente livre das restrições e demandas das redes. Lamm ressalta que as necessidades humanas de entretenimento, inspiração e conexão sempre existiram. Os aplicativos, segundo ela, intensificaram os problemas que se propõem a resolver, prejudicando conexões reais e a capacidade de reflexão. Ao adotar um dumbphone, Lamm redescobriu essas habilidades.

Via Folha de S.Paulo

Artigos colaborativos escritos por redatores e editores do portal Vitória Agora.