Aegea adquire aterro da Simpar por R$ 1,9 bilhão

A negociação de R$ 1,9 bilhão com a Simpar visa abater dívidas da Aegea e expandir sua atuação no setor.
20/08/2025 às 06:02 | Atualizado há 6 dias
Aterro da Simpar
Simpar vende Ciclus Ambiental para Aegea, fortalecendo sua posição no mercado. (Imagem/Reprodução: Braziljournal)

A Simpar anunciou a venda da Ciclus Ambiental para a Aegea, por R$ 1,9 bilhão, que incluirá a redução de sua dívida. A transação envolve R$ 1,1 bilhão em valor de equity, além de cerca de R$ 800 milhões em dívidas. A Aegea pagará 80% à vista e o restante em duas parcelas, com prazos de seis e dezoito meses.

A Ciclus é o maior centro de tratamento de resíduos do Brasil e recebe diariamente 10 mil toneladas. A operação do aterro em questão é essencial para atender à cidade do Rio de Janeiro, com a entrega de mais de 400 caminhões por dia e uma planta para transformar lixo em biometano.

Com essa aquisição, a Aegea busca otimizar a gestão do serviço, melhorando a operação na região onde já atua. O CEO da Aegea ressaltou que a compra permitirá um crescimento significativo na área e enfatizou a sinergia geográfica com outros serviços prestados pela empresa.
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A Simpar anunciou a venda da Ciclus Ambiental para a Aegea, numa negociação que vai auxiliar a holding, que detém a Movida, JSL, Vamos e Automob, a diminuir seu endividamento. A transação foi fechada por R$ 1,1 bilhão em equity value, somando um enterprise value de R$ 1,9 bilhão, considerando também uma dívida de aproximadamente R$ 800 milhões.

O pagamento será realizado com 80% do valor à vista, e o restante dividido em duas parcelas corrigidas pelo CDI, com vencimentos em seis e dezoito meses.

A Ciclus, responsável pelo atendimento à cidade do Rio de Janeiro, é considerada o maior centro de tratamento de resíduos em todo o Brasil, figurando também entre os cinco maiores da América Latina. Diariamente, recebe mais de 400 caminhões, totalizando 10 mil toneladas de resíduos.

Além da coleta de resíduos, o Aterro da Simpar possui uma planta que transforma o lixo em biometano, seguindo o modelo da Orizon. Mais de 60% do biometano de resíduos produzido no Brasil provém desse aterro.

A Simpar obteve a concessão há 15 anos, desenvolvendo do zero tanto o aterro quanto as plantas de biometano. Segundo Fernando Simões, controlador e CEO da Simpar, a decisão de venda está alinhada ao plano estratégico da empresa de eliminar a dívida da holding e concentrar-se em um ecossistema de empresas com maior sinergia.

Simões ressaltou que a Simpar está entrando em um novo ciclo, buscando otimizar recursos, sinergias entre os negócios e eficiência operacional, visando gerar mais valor para os acionistas. O CEO também enfatizou que a venda é crucial para impulsionar o valor da ação, considerando que a Ciclus é um ativo não listado e, portanto, não precificado pelos investidores.

A alienação do Aterro da Simpar permitirá que a Simpar reduza sua dívida nos próximos anos. No primeiro trimestre, a dívida bruta da holding atingiu R$ 6,5 bilhões, com uma dívida líquida de R$ 3 bilhões.

Para a Aegea, este investimento representa o segundo movimento no mercado de aterros. No ano anterior, a empresa conquistou uma concessão para operar um aterro em Cravos, no Ceará, região onde já oferece serviços de água e esgoto.

Radamés Casseb, CEO da Aegea, declarou que essa aquisição representa um passo importante na estratégia de crescimento no setor. A empresa busca adquirir o know-how da Ciclus e acelerar sua curva de aprendizado, aproveitando a metodologia e o corpo técnico qualificado da empresa.

Existe uma sinergia geográfica relevante para a Aegea. Após vencer o leilão da Cedae em 2021, a empresa opera grande parte do serviço de saneamento na cidade do Rio de Janeiro e em outros 26 municípios do entorno.

Ao operar tanto o esgoto quanto o Aterro da Simpar na mesma região, a Aegea poderá otimizar a gestão do chorume, o líquido resultante do lixo do aterro que requer tratamento em estações de esgoto específicas. A gestão do chorume impacta significativamente os custos de um aterro, representando cerca de 50% do custo total.

Casseb também vislumbra oportunidades de expansão dos serviços da Ciclus para outros municípios da região metropolitana do Rio, bem como para empresas. O aterro possui uma área total de 3,7 milhões de metros quadrados, com grande parte ainda não utilizada.

Segundo Casseb, a área de crescimento tem capacidade para atender toda a região metropolitana por mais 60 anos. A Aegea pretende expandir sua atuação para indústrias que buscam garantir a destinação correta de seus resíduos e está atenta a novas concessões na região.

A transação terá um impacto mínimo na alavancagem da Aegea, elevando o número de 3,17x EBITDA para 3,32x, de acordo com a empresa. A Aegea planeja financiar 70% dos R$ 1,1 bilhão e quitar o restante com recursos de caixa.

A Simpar também é proprietária da CS Brasil, que detém um aterro sanitário e opera a coleta de lixo em Belém. Há informações de que a empresa está preparando um processo para vender este ativo também.

O BTG Pactual atuou como assessor da Simpar nesta transação.

Via Brazil Journal

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Artigos colaborativos escritos por redatores e editores do portal Vitória Agora.