A logística internacional apresenta grandes desafios para empresas brasileiras que atuam na importação e exportação. Com custos elevados e prazos incertos, a eficiência do setor é comprometida. Em 2023, o custo logístico no Brasil alcançou 18,4% do PIB, um dos índices mais altos do mundo, de acordo com o Instituto de Logística e Supply Chain (ILOS). A complexidade aumenta nas transações com a China, principal parceiro comercial, onde a dependência de operadores terceirizados e a falta de integração nas operações são evidentes.
Para abordar essa questão, a Afianci Global Networking anunciou uma joint venture com a Union Logistics, uma das líderes na logística da China. Essa colaboração é inédita no Brasil e envolve a execução própria no território chinês, além de coordenação direta na operação local. Essa estrutura marca uma nova era para as empresas brasileiras de comércio exterior, que agora podem contar com instalações de armazenagem e transporte multimodal na China. Os centros logísticos em Xangai, Shenzhen e Nanchang são conectados aos principais corredores logísticos do país, oferecendo maior previsibilidade, controle de custos e eficiência nos processos.
Radamés Parmeggiani, CEO da Afianci, destaca que essa união traz acesso a uma solução de logística para importação China com mais controle e confiabilidade. O objetivo é movimentar R$ 1 bilhão em transações comerciais entre Brasil e China nos próximos 12 meses. Com mais de 170 mil m² de armazéns e 2 mil veículos próprios, a estrutura da Union Logistics ampliará os serviços para os clientes da Afianci, aumentando as opções de negociação com fornecedores.
A presença da Afianci na China começou em 2014 e, com isso, a companhia estabelece um importante canal de acesso aos fornecedores asiáticos. Com escritórios em Xangai e Shenzhen, a equipe bilíngue permite suporte técnico especializado ao longo de toda a cadeia logística. Além da China, a Afianci também possui operações nos Estados Unidos e em Hong Kong, solidificando sua atuação no comércio exterior.
A nova plataforma introduz uma infraestrutura integrada, que não só acompanha as cadeias produtivas globais, mas também transforma a logística para importação China em uma vantagem competitiva para as empresas brasileiras. As indústrias que lidam com vários fornecedores na China agora podem garantir um fluxo contínuo de abastecimento para suas operações. A habilidade de reunir e consolidar cargas na origem, acompanhada de suporte técnico, facilita a redução de custos e o aumento da produtividade.
Com janelas fixas de embarque, a operação proporciona mais previsibilidade e eficiência no envio das mercadorias. O desempenho é monitorado por indicadores como o OTIF, que avaliam a pontualidade e a qualidade das entregas. Outro diferencial é a utilização do Warehouse Management System (WMS), um sistema avançado que garante controle total da operação.
Essa parceria representa um avanço significativo em logística internacional no Brasil, oferecendo uma operação mais estruturada e confiável, da fábrica na China até os pontos finais no Brasil. A união de forças propõe uma nova abordagem ao mercado brasileiro, reforçando a importância de práticas logísticas integradas e eficientes.
Via Exame