África cria agência espacial continental para monitorar clima em meio à seca severa

África inaugura agência espacial para monitoramento climático e enfrentamento da seca severa. Saiba como isso impacta o continente.
23/05/2025 às 12:55 | Atualizado há 2 meses
Agência Espacial Africana
AfSA combate perdas agrícolas de 25% causadas pelas mudanças climáticas. (Imagem/Reprodução: Exame)

A **Agência Espacial Africana** (AfSA), com sede no Cairo, foi oficialmente lançada pela União Africana. Essa iniciativa visa integrar os programas espaciais nacionais do continente, unificando a coleta, análise e compartilhamento de dados climáticos, meteorológicos e ambientais. O objetivo principal é fornecer informações essenciais para a tomada de decisões diante dos desafios impostos pelas mudanças climáticas.

Historicamente, os programas espaciais africanos operavam de maneira isolada. A AfSA busca transformar essa realidade, criando uma estrutura coordenada que possibilite economia de escala e acesso igualitário aos dados gerados por satélites e sistemas de monitoramento. Essa coordenação é vista como crucial para o desenvolvimento sustentável e a resiliência do continente.

A colaboração internacional também se mostra vital. A AfSA já iniciou uma parceria com a Agência Espacial Europeia (ESA), que envolve treinamentos técnicos, troca de conhecimento e suporte para a construção e operação de satélites. Esse tipo de cooperação pode maximizar o impacto das ações e reduzir custos para os países africanos.

Os efeitos da Agência Espacial Africana na economia e agricultura são significativos. O continente enfrenta uma crescente intensificação de eventos climáticos extremos, com secas severas afetando áreas como Marrocos e Argélia. A previsão é que essas condições de seca persistam ou piorem, especialmente no Leste Africano, impactando a segurança alimentar e os recursos hídricos.

A criação da Agência Espacial Africana surge como uma resposta estratégica para enfrentar esses desafios. Ao centralizar esforços e recursos, a AfSA pode monitorar e prever desastres climáticos, além de fornecer informações para a adaptação e o planejamento a longo prazo. A agência pretende ampliar sistemas de alerta precoce, já bem-sucedidos em algumas regiões.

A colaboração internacional é crucial, especialmente diante do corte em programas financiados pelos Estados Unidos. A Usaid, por exemplo, suspendeu cerca de 80% dos projetos de assistência à África, impactando iniciativas importantes como o Servir. Com recursos limitados, a AfSA enfrenta o desafio de operar com um orçamento restrito, mas a expectativa é que a experiência de países como Nigéria, África do Sul e Egito impulsione a agência.

Desde que o Egito lançou o primeiro satélite africano em 1998, mais de 20 nações estabeleceram suas próprias agências espaciais. A AfSA pode se tornar um exemplo único de agência espacial regional, focada diretamente na resiliência africana frente à crise climática. A agência tem a vantagem de concentrar seus esforços nas demandas específicas do continente.

Via Exame

Artigos colaborativos escritos por redatores e editores do portal Vitória Agora.