Agro brasileiro discute tarifas dos EUA e busca diálogo

A comunidade agropecuária do Brasil clama por soluções amigáveis nas tarifas americanas, apostando na diplomacia como chave para o entendimento.
10/07/2025 às 18:02 | Atualizado há 8 horas
Tarifas dos EUA
Entidades pedem diálogo para proteger exportadores brasileiros e consumidores dos EUA. (Imagem/Reprodução: Infomoney)

A Associação Brasileira do Agronegócio (Abag) manifestou seu posicionamento em relação às recentes tarifas anunciadas pelo governo dos Estados Unidos, expressando o desejo de que a situação seja resolvida através do diálogo diplomático entre os dois países. A entidade enfatizou que a imposição dessas medidas, por parte do governo norte-americano, configura uma questão de natureza política e, portanto, deve ser tratada em negociações bilaterais.

A imposição de uma tarifa de 50% sobre produtos brasileiros, que tem início previsto para 1º de agosto, foi justificada pelo governo de Donald Trump, que mencionou decisões judiciais no Brasil envolvendo o ex-presidente Jair Bolsonaro, além de outras ações consideradas como injustas contra empresas estadunidenses atuantes no setor de redes sociais.

Para a Abag, que representa diversos segmentos do **agronegócio** nacional, não há justificativas econômicas para a aplicação das novas **tarifas dos EUA**, considerando o histórico de superávit dos Estados Unidos no comércio com o Brasil, um parceiro comercial reconhecido por sua estabilidade e confiabilidade.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em entrevista à TV Record, declarou que o governo brasileiro buscará inicialmente a negociação com os Estados Unidos para solucionar a questão tarifária, mas alertou que poderá adotar medidas de reciprocidade caso as conversas não produzam resultados positivos.

O ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, classificou as **tarifas dos EUA** como uma “ação indecente”, assegurando que o governo está empenhado em buscar alternativas em outros mercados. A Abag também ressaltou que a imposição de tarifas não prejudicará apenas os exportadores brasileiros, mas também os consumidores nos Estados Unidos, que poderão enfrentar aumento de preços em produtos como café e suco de laranja, dos quais o país depende consideravelmente da oferta brasileira.

As indústrias de papel e celulose, carne bovina, suco de laranja, açúcar e café são apontadas como as mais impactadas no agronegócio pelas **tarifas dos EUA** de 50%. A Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) também se manifestou, defendendo a negociação como o caminho a ser seguido, com pragmatismo.

A Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) também se pronunciou, solicitando negociações com serenidade, baseadas em fatos e estatísticas precisas. A Fiesp destacou que existem diversas oportunidades para expandir os negócios entre Brasil e EUA, desde a exploração de terras raras até o desenvolvimento de padrões globais para biocombustíveis, incluindo o SAF (combustível sustentável para aviação).

A entidade mencionou ainda setores como a integração energética (etanol e gás natural) e investimentos conjuntos para a digitalização da economia, com o uso de energia elétrica de fontes renováveis para o processamento de dados em ambos os países.

Via InfoMoney

Artigos colaborativos escritos por redatores e editores do portal Vitória Agora.