O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes STF, em entrevista à revista The New Yorker, destacou que a falta de regulamentação nas redes sociais tem criado um ambiente favorável para a propagação de desinformação e discursos de ódio. A declaração gerou debates sobre a necessidade de leis mais rigorosas para as plataformas digitais.
Moraes comparou a situação atual das redes sociais com as Companhias de Índias dos séculos 17 e 18, afirmando que, sem regras, essas plataformas lucram em detrimento dos países onde operam. Ele ressaltou que as redes sociais exercem influência sobre as pessoas e geram a maior receita publicitária do mundo, o que lhes confere poder para influenciar eleições.
O ministro também comentou sobre o processo movido contra ele na Justiça Federal da Flórida, nos Estados Unidos, pela plataforma Rumble e pela Trump Media. Moraes classificou a ação como uma “manobra política” e “completamente infundada”, minimizando a possibilidade de pressão do governo americano sobre a justiça brasileira.
Na visão de Alexandre de Moraes STF, as redes sociais devem seguir as leis dos países em que atuam, assim como qualquer outra empresa. Ele argumenta que a ausência de regulamentação permite que essas plataformas ajam como se estivessem acima das nações, buscando imunidade jurídica.
O ministro defendeu a atuação do STF em inquéritos como o das milícias digitais e o das fake news, mas ponderou que “não é saudável para nenhuma democracia ter a Suprema Corte como ator político o tempo todo”. Ele manifestou o desejo de que o tribunal retorne à normalidade.
Sobre o ex-presidente Jair Bolsonaro, Alexandre de Moraes STF considera improvável que ele reverta suas penas de inelegibilidade no STF. Contudo, reconhece a possibilidade de Bolsonaro apoiar a candidatura de sua esposa, Michelle, ou de um de seus filhos à presidência.
Moraes evitou comentar sobre o processo contra o ex-presidente por tentativa de golpe de Estado, do qual é relator. Ele mencionou que a denúncia apresentada pela Procuradoria-Geral da República (PGR) enfraquece o discurso de perseguição política, já que o Ministério Público agora endossa os fatos apresentados no inquérito policial.
A entrevista à The New Yorker abordou a trajetória profissional de Alexandre de Moraes STF, desde sua atuação como secretário de Segurança Pública, com uma política de “tolerância zero” com o crime, até sua nomeação para o Supremo Tribunal Federal e a relatoria de inquéritos contra a família Bolsonaro.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva também foi entrevistado pela revista e manifestou preocupação com o “enfraquecimento do sistema democrático” no mundo. Lula criticou o uso de satélites da empresa de Elon Musk em áreas de garimpo ilegal na Amazônia.