Uma pesquisa da Moody’s analisou 3,5 mil empresas no mundo, incluindo 140 da América Latina. A vulnerabilidade das companhias latinas às tarifas arrecadadas dos EUA foi um dos principais resultados do estudo. A análise destacou que a região é a segunda mais exposta globalmente, perdendo apenas para os Estados Unidos, sendo impactada diretamente pelas políticas tarifárias de Donald Trump.
O estudo também avaliou o comércio, a macroeconomia e os mercados financeiros, revelando que, apesar das tarifas, a qualidade de crédito das empresas não deve ser seriamente afetada. Muitas delas possuem balanços saudáveis, mas setores como o de automóveis e aeronaves podem sofrer mais. No Brasil, tarifas de 50% sobre importações dos EUA já estão em vigor, afetando diretamente o comércio local e a confiança do mercado.
Além do Brasil, o Chile e o Peru também sentem os efeitos das tarifas, com impactos significativos em setores específicos. Apesar disso, 70% das empresas na América Latina obtêm menos de 10% de sua receita do mercado americano, o que pode minimizar danos. Contudo, empresas como Embraer se destacam pela sua dependência do mercado dos EUA, enfrentando grandes desafios sob as novas políticas comerciais.
A pesquisa da Moody’s, que avaliou 3,5 mil empresas globalmente, incluindo 140 da América Latina, revelou a vulnerabilidade das companhias latinas às políticas tarifárias de Donald Trump. O estudo considerou um cenário de tarifas recíprocas entre países, apontando que a América Latina é a segunda região mais exposta, atrás apenas dos Estados Unidos. A análise antecedeu o anúncio de tarifas de 50% sobre a Índia.
Para avaliar o risco, a Moody’s analisou comércio, macroeconomia e mercados financeiros, considerando o repasse de custos. A expectativa é de impacto na confiança do mercado latino-americano e no PIB, influenciando investimentos e gastos do consumidor. No entanto, a qualidade de crédito das empresas não deve ser comprometida, com balanços corporativos saudáveis, exceto para setores ligados aos EUA, como fabricantes de automóveis e aeronaves.
Desde abril, tarifas dos EUA têm afetado o comércio global, com Brasil e México entre os mais impactados. No Brasil, tarifas de 50% sobre importados dos EUA já estão em vigor, com exceções para petróleo, aeronaves e suco de laranja. O México, por sua vez, enfrenta vulnerabilidade devido à forte parceria comercial com os EUA.
Chile e Peru também sentem os efeitos, com o primeiro exposto nos setores de metais, químicos e produtos florestais, e o segundo na mineração. Apesar disso, grande parte das empresas latinas depende pouco do mercado americano, com cerca de 70% delas obtendo 10% ou menos de sua receita nos EUA.
Entre as empresas mais suscetíveis às tarifas de Donald Trump, destacam-se Embraer, Fresnillo e Camposol. A Embraer, por exemplo, obtém mais da metade de sua receita nos EUA, embora as exceções tarifárias a beneficiem. Fresnillo e Camposol também dependem fortemente do mercado americano, com cerca de 50% de suas vendas direcionadas para lá.
O setor de commodities também é afetado, mas as empresas estão mais preparadas devido a vantagens competitivas como grandes reservas minerais e energia renovável. Empresas com foco no mercado doméstico também podem ser pressionadas, pois as tarifas afetam o mercado de trabalho e o poder de compra das famílias.
Via Forbes Brasil