Amigo cria deepfake pornográfico contra mim, revelando um novo caso de pornografia deepfake na Austrália

Pornografia deepfake na Austrália: entenda o caso chocante de Hannah Grundy, a luta pela justiça e as mudanças na legislação após crime com amigo. Saiba mais!
10/02/2025 às 18:07 | Atualizado há 3 meses
Pornografia deepfake na Austrália
Pornografia deepfake na Austrália

Uma professora australiana, Hannah Grundy, enfrentou uma situação aterradora envolvendo pornografia deepfake na Austrália. Um e-mail anônimo continha um link para um site com imagens falsas dela em cenas de pornografia, incluindo descrições detalhadas de estupro e ameaças violentas. Seu nome completo, perfil do Instagram e até mesmo o bairro onde morava foram divulgados.

Hannah e seu parceiro, Kris Ventura, iniciaram uma investigação própria. Eles identificaram outras mulheres vítimas, analisaram amigos em comum e, em poucas horas, criaram uma lista de suspeitos. O principal suspeito era Andrew Hayler, um amigo próximo, inicialmente considerado inofensivo.

A experiência com a polícia foi frustrante. Hannah relata ter sido recebida com desdém, com perguntas questionando sua conduta e até mesmo comentários sobre sua aparência em uma foto. A resposta inicial da polícia foi considerada inadequada, levando o casal a contratar um advogado e um perito digital. O custo total para investigação e segurança foi de mais de 20 mil dólares australianos.

Após meses de investigação privada, um novo detetive foi designado ao caso. Andy confessou seu crime. Hannah então ligou para as outras mulheres afetadas, que ficaram chocadas e descreveram a sensação de violação. O caso foi um marco na legislação australiana, pois, na época do crime, não havia uma lei específica para pornografia deepfake na Austrália. Andy foi inicialmente acusado de uma infração de baixo nível, mas a determinação de Hannah e 25 outras mulheres que também o denunciaram resultou em uma sentença histórica: nove anos de prisão.

A juíza Jane Culver considerou a ofensa “extensa e perturbadora”, apesar de Andy argumentar que não esperava causar danos reais. A sentença surpreendeu, e foi um precedente legal importante. A Austrália, desde então, criminalizou a criação e compartilhamento de pornografia deepfake na Austrália. No entanto, a lacuna na legislação e a falta de treinamento adequado de forças policiais levam muitas vítimas a buscarem justiça por conta própria.

Hannah e Kris esperam que seu caso cause mudanças nas abordagens policiais e na legislação em relação a crimes com deepfakes. O apelo de Andy continua pendente, causando ainda mais ansiedade para Hannah e as outras vítimas. As imagens permanecem na internet, representando um sofrimento contínuo. Hannah está atualmente ciente dos problemas causados por esse tipo de crime e espera que outros casos não precisem repetir essa experiência.

Via G1

Artigos colaborativos escritos por redatores e editores do portal Vitória Agora.