O nono Voo da Starship, a nave mais potente já construída, enfrentou dificuldades e não atingiu todos os objetivos esperados em seu teste mais recente. Este é o terceiro voo consecutivo da SpaceX, empresa de Elon Musk, a apresentar falhas. O lançamento ocorreu em Boca Chica, Texas, e, assim como nas missões anteriores, não transportava tripulantes.
Apesar do lançamento bem-sucedido, o teste não alcançou todas as metas planejadas. A nave começou a girar de forma não programada no espaço, e a SpaceX perdeu o controle de sua altitude cerca de 40 minutos após o lançamento. O plano original era que a descida ocorresse no Oceano Índico após 90 minutos. Além disso, a nave não conseguiu abrir a porta para liberar sua carga: oito simuladores de satélites da Starlink.
Um aspecto positivo foi o reaproveitamento do foguete propulsor Super Heavy, que já havia sido utilizado em janeiro. No entanto, o contato com o equipamento foi perdido durante a descida, que deveria ocorrer no Golfo do México, sem a captura no ar planejada anteriormente.
A Starship está em fase de testes não tripulados desde abril de 2023. A expectativa é que ela seja um dos veículos da missão Artemis III da NASA, que pretende levar humanos à Lua a partir de setembro de 2026, um feito que não acontece desde 1972.
Durante a transmissão do voo, um porta-voz da SpaceX admitiu que as chances de sucesso eram pequenas, já que a nave não estava alinhada corretamente para a reentrada. A SpaceX informou que a Starship sofreu uma “rápida desmontagem não programada” e que suas equipes estão analisando os dados para os próximos testes.
A Administração Federal de Aviação dos EUA (FAA) está ciente do ocorrido e informou que não há relatos de feridos ou danos a propriedades públicas devido a destroços da nave. Nas duas últimas missões, a SpaceX perdeu contato com a nave logo após o lançamento, resultando em explosões e destroços que afetaram voos comerciais no Haiti e nas Bahamas.
Comparado aos últimos testes, a SpaceX conseguiu atingir estágios mais avançados no voo da Starship. O reaproveitamento do foguete Super Heavy também foi um ponto positivo. A SpaceX tem como meta reutilizar esses propulsores várias vezes no mesmo dia, visando reduzir os custos de voos espaciais.
Nos testes anteriores, a Starship explodiu ainda acoplada ao Super Heavy (abril de 2023) e logo após a separação (novembro de 2023). Em março de 2024, a nave foi destruída, mas a empresa considerou o teste um avanço. O quarto teste, em junho de 2024, foi o primeiro bem-sucedido, com pousos no Oceano Índico e no Golfo do México.
Em outubro de 2024, a SpaceX conseguiu o retorno inédito do Super Heavy com captura no ar e o pouso da Starship no Oceano Índico, embora a cápsula tenha explodido conforme o esperado. No sexto teste, em novembro de 2024, o foguete Super Heavy não retornou à plataforma, pousando no Golfo do México, enquanto a nave pousou no Oceano Índico.
Em janeiro de 2025, a SpaceX repetiu a manobra de retorno do foguete Super Heavy à plataforma, mas perdeu contato com a nave, cujos destroços foram registrados no Haiti, afetando voos comerciais. No oitavo voo, em março de 2025, a SpaceX perdeu contato com a nave novamente, com destroços nas Bahamas e atrasos em voos.
Apesar dos desafios, a SpaceX continua a coletar dados valiosos e a avançar no desenvolvimento da Starship, visando futuros voos espaciais mais eficientes e seguros.
Via g1