Análise dos Frigoríficos Brasileiros em 2025

Descubra como JBSS3, BEEF3 e outras empresas estão moldando o setor de carne no Brasil até 2025.
30/05/2025 às 20:47 | Atualizado há 2 dias
Frigoríficos em 2025
Maio e 2025: emoção no setor com fusão entre Marfrig e BRF. (Imagem/Reprodução: Moneytimes)

O ano de 2025 tem sido um período de grandes acontecimentos para os frigoríficos em 2025, marcado por fusões, aprovações importantes e desafios no mercado de carnes. Acompanhe as principais movimentações e o desempenho das ações das empresas do setor.

O mercado de carnes no Brasil enfrenta um momento delicado com a confirmação do primeiro caso de gripe aviária em uma granja comercial. Essa situação levou 24 países a suspenderem as importações de carne de aves brasileira, incluindo grandes compradores como China, União Europeia, México, Uruguai e Argentina.

O Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) está se preparando para lançar o Plano Safra 2025/2026 no final de junho, buscando mitigar os impactos negativos e fortalecer o setor. O ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, defendeu o sistema sanitário brasileiro, mesmo com as restrições impostas por alguns países.

No cenário das ações dos frigoríficos, a JBS (JBSS3) apresentou alta de 8,14% no ano, mas queda de 8,98% no último mês. A BRF (BRFS3) registrou queda de 18,15% no ano e de 10,57% no último mês. A Marfrig (MRFG3) teve um desempenho positivo, com alta de 48,08% no ano e de 18,3% em um mês. Já a Minerva (BEEF3) apresentou alta de 5% no ano, mas queda de 14,72% no último mês.

Um dos eventos mais aguardados é a possível fusão entre Marfrig (MRFG3) e BRF (BRFS3). Marcos Molina, CEO da Marfrig, confirmou a fusão, que criará a empresa “MBRF”, já posicionada como a 7ª maior do Brasil. A nova empresa busca reduzir custos e despesas, com um impacto total estimado em R$ 805 milhões anuais no Ebitda, além de um impacto fiscal de R$ 3 bilhões em VPL.

O acordo está em análise pelo Cade, e as assembleias para aprovação estão previstas para 18 de junho. Analistas do Goldman Sachs consideram a fusão como um fator para a criação de valor, destacando uma empresa menos alavancada e mais diversificada. O banco mantém recomendação de compra para Marfrig, com preço-alvo de R$ 24,50, e avaliação neutra para BRF, com preço-alvo de R$ 27,20.

A JBS (JBSS3) também está no centro das atenções com o processo de dupla listagem. BTG Pactual, Santander e Genial Investimentos emitiram diferentes recomendações sobre o tema. O BTG acredita que a listagem nos EUA mudará o foco dos investidores para o potencial de reprecificação de múltiplos da empresa. A Genial Investimentos, por outro lado, expressa preocupações sobre a estrutura de classe dupla de ações, que pode gerar desconforto entre alguns investidores.

O Santander reforçou sua recomendação de compra para as ações da JBS (JBSS3), com preço-alvo de R$ 58, destacando a força do mercado de frango nos Estados Unidos e o potencial de valorização com a listagem nos EUA. A expectativa é que as ações da JBS deixem de ser negociadas na B3 em 6 de junho e comecem a ser negociadas na NYSE em 12 de junho, com o BDR iniciando as negociações em 9 de junho. Wesley Batista, sócio da JBS, acredita que a empresa pode integrar o S&P 500 e crescer entre 150% e 300% com a dupla listagem.

A Minerva Foods (BEEF3) teve seu preço-alvo reduzido pelo Goldman Sachs de R$ 6,95 para R$ 6,00, mantendo a recomendação neutra. O banco espera que a Minerva registre vendas consolidadas de R$ 52,5 bilhões em 2025. Rafael Passos, da Ajax Asset Management, apontou a alta do preço do gado e os desafios na aquisição de ativos da Marfrig como fatores que pressionam as ações da Minerva.

Apesar das pressões de caixa no 4T24 e 1T25, o anúncio de um aumento de capital de R$ 2 bilhões foi visto como positivo para abater a dívida da empresa. O BTG Pactual considera a injeção de capital uma “jogada tática”, com potencial de diluição positiva do lucro por ação e a adição de bônus de subscrição. No 1T25, a Minerva reportou um lucro líquido de R$ 185 milhões, revertendo o prejuízo de R$ 186,2 milhões no 1T24, marcando a integração dos ativos da Marfrig.

Diante de um cenário dinâmico e desafiador, os frigoríficos em 2025 buscam estratégias para superar obstáculos e aproveitar oportunidades de crescimento. As decisões tomadas pelas empresas e as condições do mercado serão determinantes para o futuro do setor.

Via Money Times

Artigos colaborativos escritos por redatores e editores do portal Vitória Agora.