Análise: O Investimento do Governo na Intel e Seus Desafios

Entenda os desafios que a Intel enfrenta após o investimento do governo dos EUA de quase US$ 9 bilhões.
25/08/2025 às 10:12 | Atualizado há 22 horas
Participação na Intel
Intel busca clientes externos para sua nova fabricação 14A, um desafio a curto prazo. (Imagem/Reprodução: Infomoney)

O ex-presidente dos EUA, Donald Trump, anunciou um investimento estratégico de quase US$ 9 bilhões na Intel, fazendo com que o governo se tornasse o maior acionista da empresa. No entanto, analistas alertam que esse financiamento pode não ser suficiente para resolver os problemas financeiros e de produção enfrentados pela Intel no competitivo mercado de chips.

A Intel está em busca urgente de novos clientes para sua linha de produção de chips de última geração, mas as dificuldades em atrair grandes empresas podem dificultar sua recuperação. Especialistas afirmam que, sem garantir um volume adequado de negócios, o futuro da empresa na fabricação de semicondutores permanece incerto, mesmo com o suporte governamental.

Outro ponto importante é que a Intel já enfrenta desafios técnicos significativos, especialmente em sua produção 14A. A falta de clientes pode impactar negativamente o rendimento e a viabilidade econômica da nova planta, gerando incertezas sobre sua capacidade de competir com gigantes como a TSMC. O futuro da Intel é um tópico de grande debate, e as implicações desse investimento ainda estão por ser plenamente avaliadas.
O ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, implementou uma injeção de quase US$ 9 bilhões na **Participação na Intel**, em troca de 9,9% de suas ações. No entanto, analistas apontam que essa quantia, proveniente de um financiamento federal já previsto, pode não ser suficiente para impulsionar o negócio de fabricação de chips por contrato da empresa.

A Intel necessita urgentemente de clientes externos para seu processo de fabricação 14A, considerado de última geração, uma tarefa que se mostra desafiadora no curto prazo. O presidente-executivo da Intel, Lip Bu Tan, empossado em março, levantou a possibilidade de a empresa abandonar a produção de chips sob contrato caso não consiga garantir grandes clientes.

Kinngai Chan, analista da Summit Insights, ressaltou que a Intel precisa assegurar um volume de clientes que justifique a produção em seus nós 18A e 14A, tornando seu braço de fundição economicamente viável. Chan duvida que qualquer investimento governamental possa alterar o cenário se a Intel não atrair clientes em número suficiente.

A empresa, que já foi um símbolo da capacidade dos EUA na fabricação de chips, enfrentou dificuldades devido a erros de gestão, perdendo sua liderança para a TSMC de Taiwan e ficando para trás na produção de chips para inteligência artificial, onde a Nvidia se destaca.

A Intel precisa demonstrar sua capacidade de produzir chips avançados para atrair clientes. A Reuters noticiou que o processo 18A da Intel enfrenta problemas de rendimento, medido pela quantidade de chips utilizáveis. Grandes fabricantes como a TSMC arcam com os custos de baixo rendimento nas primeiras fases de produção ao trabalhar com clientes como a Apple. Para a Intel, que acumula perdas líquidas, essa estratégia é mais difícil de sustentar.

Ryuta Makino, analista da Gabelli Funds, que detém ações da Intel, afirmou que novos clientes não optarão pela Intel Foundry se o rendimento for insatisfatório, o que não resolveria os problemas técnicos da empresa. Makino considera o acordo um resultado negativo em comparação com o financiamento originalmente prometido pelo governo Biden.

O governo federal não terá assento no conselho da Intel, mas votará com a diretoria em questões que necessitem de aprovação dos acionistas, com “exceções limitadas”. Em contrapartida, o governo adquire as ações da Intel com um desconto de 17,5% em relação ao preço de fechamento da última sexta-feira.

O governo dos EUA se tornará o maior acionista da Intel, embora a data da transação não tenha sido divulgada. As ações da Intel tiveram alta após o anúncio da **Participação na Intel** pelo governo, mas recuaram após a divulgação dos termos do acordo.

Analistas afirmam que a Intel pode se beneficiar do apoio do governo, inclusive na construção de fábricas. A Intel planeja investir mais de US$ 100 bilhões para expandir suas fábricas nos EUA e iniciar a produção de chips de alto volume em sua fábrica no Arizona ainda este ano.

O investimento de US$ 8,9 bilhões do governo se soma aos US$ 2,2 bilhões em subsídios já recebidos pela Intel, totalizando US$ 11,1 bilhões. O governo também receberá uma garantia de cinco anos, a US$ 20 por ação, para um adicional de 5% das ações da Intel, exercível se a empresa deixar de deter pelo menos 51% do negócio de fundição.

Uma **Participação na Intel** pelo governo pode ser interpretada como um sinal de que a empresa é “grande demais para falir”. No entanto, há preocupações sobre as implicações de governança e como isso pode afetar a capacidade da empresa de agir no melhor interesse dos acionistas, segundo Andy Li, analista da CreditSights.

O investimento segue uma injeção de US$ 2 bilhões da SoftBank anunciada no início desta semana. O futuro da Intel e sua capacidade de manter sua relevância no mercado de semicondutores continuam sendo temas de grande interesse e debate.

Via InfoMoney

Artigos colaborativos escritos por redatores e editores do portal Vitória Agora.