Aplicativo com IA que cria avatares de parentes falecidos gera debate nas redes

Startup americana cria avatares digitais de parentes falecidos com IA, levantando debates sobre ética e luto.
15/11/2025 às 19:42 | Atualizado há 1 dia
               
App de IA para luto
Ex-estrela da Disney viraliza e renova o debate sobre o luto digital. (Imagem/Reprodução: Infomoney)

A startup americana 2wai lançou um aplicativo que usa inteligência artificial para criar avatares digitais de parentes falecidos a partir de vídeos curtos. Essa inovação viralizou nas redes, gerando um intenso debate sobre os limites éticos e emocionais dessa tecnologia.

O app permite que usuários interajam com representações virtuais de entes queridos, como demonstrado por um vídeo onde uma mulher grávida conversa com a avó falecida. Apesar do interesse, muitos usuários expressaram preocupações sobre o impacto no processo de luto e os riscos emocionais envolvidos.

Além das críticas, a ferramenta levanta questões sobre privacidade, consentimento e o potencial de exploração comercial do luto. A empresa planeja expandir o uso dos avatares para áreas como educação e comunicação, mas o projeto ainda enfrenta forte oposição e dúvidas quanto aos seus efeitos sociais.
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A startup americana 2wai, especializada em avatares digitais com inteligência artificial, gerou polêmica globalmente após a viralização de um vídeo demonstrando a recriação virtual de uma mulher falecida. A ferramenta utiliza um curto vídeo gravado no celular para criar versões digitais de entes queridos que já partiram, levantando um debate sobre os limites éticos da tecnologia. Acompanhe os detalhes e a repercussão dessa inovação.

O aplicativo desenvolvido pela 2wai permite que usuários criem **App de IA para luto** através da geração de avatares digitais de pessoas falecidas. Para isso, basta um breve vídeo gravado no celular. A demonstração da ferramenta, divulgada pelo ator Calum Worthy no X, alcançou mais de quatro milhões de visualizações, desencadeando discussões sobre as implicações éticas dessa tecnologia.

No vídeo divulgado, uma mulher grávida interage com uma representação digital de sua mãe, que já faleceu. A narrativa mostra a avó virtual acompanhando o crescimento do neto, lendo histórias e participando da vida familiar até o momento em que, já adulto, o neto anuncia que ela se tornará bisavó. A mensagem final do vídeo destaca que poucos minutos de gravação seriam suficientes para manter essas interações no futuro.

Calum Worthy, cofundador da empresa ao lado do produtor Russell Geyser, defendeu o projeto como um “arquivo vivo da humanidade”, questionando como seria integrar pessoas falecidas ao cotidiano digital das famílias. A reação do público, entretanto, foi predominantemente negativa, com muitos expressando preocupações sobre os riscos emocionais e o potencial impacto no processo de luto.

Usuários manifestaram que a proposta pode ser emocionalmente arriscada e prejudicial ao processo de luto. Alguns comentários também apontaram desconforto com a presença constante da avó digital ao lado do neto em diferentes fases da vida, levantando questões sobre a naturalidade e o impacto psicológico dessas interações.

A discussão se intensificou com comparações ao episódio “Be Right Back” da série “Black Mirror”, onde uma mulher tenta conviver com uma versão artificial de seu parceiro falecido. Essa analogia sublinha a necessidade de definir limites claros para o uso da IA em contextos de luto e memória, evitando que a ficção se aproxime demais da realidade. A Forbes reportou que diversos usuários consideraram o aplicativo “distópico”, criticando a transformação da ausência de entes queridos em um modelo de negócio.

A plataforma oferece a criação de HoloAvatars que podem conversar em tempo real, reproduzir movimentos e se comunicar em diferentes idiomas. A empresa alega que o avatar é gerado a partir de um vídeo de três minutos, mas não detalha como essa coleta limitada de dados pode sustentar simulações de personalidade ou memória. Essa falta de transparência gerou dúvidas sobre privacidade, precisão e consentimento, principalmente em relação a pessoas que já faleceram e não podem autorizar o uso de sua imagem.

Além das recriações personalizadas, a plataforma disponibiliza personagens históricos e avatares pré-configurados. Essa funcionalidade ampliou as críticas sobre o risco de misturar entretenimento, relações afetivas e identidades reais ou póstumas. Comentários nas redes sociais também expressaram preocupação com a possibilidade de dependência emocional, distorção de lembranças e exploração financeira do luto.

A 2wai planeja tornar a experiência mais acessível e expandir o uso dos avatares para áreas como educação, entretenimento e comunicação. A empresa informou à Forbes que já recebeu cinco milhões de dólares em rodadas iniciais de investimento e mantém colaborações com empresas de tecnologia como British Telecom, IBM e Globe Telecom, indicando planos para ampliar sua atuação no mercado.

Via InfoMoney

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Artigos colaborativos escritos por redatores e editores do portal Vitória Agora.