Diante das tarifas impostas pelo governo Trump, a Apple adotou uma estratégia para manter os preços competitivos nos Estados Unidos. A solução encontrada foi aumentar a produção na Índia e fretar aviões cargueiros para transportar os aparelhos diretamente para o mercado americano. Essa manobra logística envolveu o envio de cerca de 1,5 milhão de iPhones da Índia para os EUA, totalizando 600 toneladas, em seis jatos cargueiros.
A medida foi uma resposta direta ao aumento das taxas sobre produtos importados da China, onde grande parte da produção da Apple está concentrada. Ao diversificar sua cadeia de produção e logística, a empresa buscou evitar o impacto dessas tarifas nos preços finais dos seus produtos nos Estados Unidos.
A estratégia da Apple envolveu o uso de seis aviões cargueiros, cada um com capacidade para transportar até 100 toneladas. Esses voos foram organizados a partir de março, com um dos embarques ocorrendo justamente quando as novas tarifas entraram em vigor. A agilidade no transporte aéreo permitiu que a Apple entregasse os iPhones aos consumidores americanos sem repassar o custo adicional das tarifas.
Para se ter uma ideia da dimensão desse esforço, cada iPhone 14 embalado, com seu respectivo cabo de carregamento, pesa cerca de 350 gramas. Ao todo, foram transportados aproximadamente 1,5 milhão de aparelhos, somando um peso total de 600 toneladas. Essa operação demonstra a capacidade da Apple em coordenar uma complexa logística para proteger seus resultados financeiros.
A estratégia da Apple não se limitou apenas ao transporte aéreo dos iPhones da Índia para os EUA. A empresa também trabalhou para otimizar os processos alfandegários no aeroporto de Chennai, buscando reduzir o tempo de liberação das cargas de 30 horas para apenas seis. Essa agilidade foi crucial para garantir que os aparelhos chegassem rapidamente ao mercado americano.
A decisão de aumentar a produção na Índia também coloca o país em uma posição estratégica na cadeia de suprimentos da Apple. Com a diversificação da produção para além da China, a empresa reduz sua dependência de um único mercado e se protege contra possíveis instabilidades geopolíticas ou comerciais. Além da Foxconn, a Tata, dois dos principais fornecedores da Apple na Índia, contam com três fábricas no país, e outras duas estão em construção.
As remessas da Foxconn da Índia para os Estados Unidos registraram um aumento significativo nos meses de janeiro e fevereiro, atingindo US$ 770 milhões e US$ 643 milhões, respectivamente. A maior parte dessas remessas aéreas foi destinada aos principais centros de distribuição nos EUA, como Chicago, Los Angeles, Nova York e São Francisco.
Via G1