Produção de iPhone no Brasil visa atender ao mercado local, sem planos de expansão

Apple inicia produção de iPhones no Brasil com foco local, sem intenção de aumentar a fabricação.
09/04/2025 às 19:03 | Atualizado há 3 meses
Produção de iPhone
Guerra comercial entre EUA e China abre caminho para novos players na fabricação de smartphones. (Imagem/Reprodução: G1)

A guerra comercial entre China e Estados Unidos tem redirecionado os holofotes para outros países que podem vir a ganhar espaço na produção de iPhone, atividade que ainda se concentra majoritariamente no país asiático. As tensões comerciais podem levar a Apple a repensar sua estratégia de produção global.

A disputa comercial entre EUA e China pode impactar diretamente no preço final dos iPhones para o consumidor americano, devido às supertaxas impostas sobre produtos asiáticos importados. No passado, durante o governo Trump, o Brasil sofreu uma taxação de 10% para entrada de produtos nos EUA, enquanto a China arcou com uma taxa de 125%.

No Brasil, a fabricação dos iPhones vendidos localmente ocorre em Jundiaí (SP), sob responsabilidade da Foxconn, empresa taiwanesa que realiza a montagem dos aparelhos a serviço da Apple. A empresa iniciou a produção no país em 2011 e, segundo a Apple, destina-se integralmente ao mercado brasileiro. Atualmente, as linhas 14, 15 e 16 do iPhone são montadas no Brasil, enquanto os modelos Pro, mais sofisticados, são importados.

Questionada sobre a possibilidade de exportar os aparelhos montados no Brasil, a Apple preferiu não comentar especulações e não informou sobre planos de aumentar a produção. A empresa também não divulgou o volume de produção em Jundiaí, alegando não divulgar números locais. A Foxconn também não respondeu aos questionamentos. No LinkedIn, a filial brasileira da Foxconn indica ter entre 5.000 e 10.000 funcionários e atende a outras marcas de tecnologia além da Apple.

Nos últimos anos, a Apple tem buscado reduzir sua dependência da China, investindo principalmente na Índia e no Vietnã. Durante o governo Trump, Índia e Vietnã receberam taxas de 46% e 26%, respectivamente, inferiores às aplicadas à China. Contudo, o presidente dos EUA reduziu temporariamente as tarifas de todos os países afetados para 10%, com exceção da China.

A CNBC reportou que a China é responsável por 80% da produção de iPhones e iPads, além de 55% da linha Mac. A Índia, por sua vez, passou a produzir entre 10% e 15% dos iPhones, enquanto o Vietnã responde por cerca de 20% da produção de iPads e 90% dos vestíveis (Apple Watch e AirPods).

Outros países que fornecem componentes para a Apple incluem Malásia e Tailândia, que também produzem a linha Mac, além de Coreia do Sul, Japão, Taiwan e os próprios Estados Unidos. A equipe de Trump já expressou o desejo de que os iPhones fossem montados nos EUA, mas analistas explicam que essa transferência não seria simples e não resolveria a questão do preço.

De acordo com o Bank of America, o iPhone poderia ficar até 90% mais caro se fosse produzido nos EUA, caso as taxas anunciadas por Trump fossem mantidas. Além disso, os custos trabalhistas nos EUA poderiam aumentar o valor do iPhone em 25%. Em fevereiro, a Apple anunciou um investimento de mais de US$ 500 bilhões para criar 20 mil empregos nos EUA nos próximos quatro anos. O objetivo não é transferir a linha de montagem do iPhone, mas aumentar a capacidade de unidades de produção já existentes nos EUA e construir uma nova fábrica no Texas, destinada a produzir servidores que antes eram fabricados fora dos Estados Unidos.

Apesar dos desafios, a Apple continua buscando alternativas para diversificar sua cadeia de produção de iPhone, visando reduzir os riscos associados à concentração na China e adaptar-se às novas dinâmicas do comércio internacional.

Via G1

Artigos colaborativos escritos por redatores e editores do portal Vitória Agora.