A ararinha-azul se tornou foco de uma polêmica internacional após a sua suposta transferência para um zoológico na Índia. Em 2019, a espécie foi considerada extinta na natureza, e agora sua reintrodução por meio de programas de reabilitação gera preocupações sobre sua legalidade. A transferência para o zoológico Vantara, na Índia, levantou questões sobre se as normas de proteção à vida selvagem estão sendo cumpridas.
O zoológico, pertencente à família Ambani, é alvo de investigações que buscam descobrir os detalhes da transação das ararinhas-azuis. Documentos de importação indicam que as aves foram adquiridas da Alemanha, mas o governo brasileiro reclama que não autorizou tal transferência. O Brasil tem discutido o assunto em fóruns internacionais, expressando sua preocupação com a conservação da espécie.
Enquanto isso, o Vantara tenta justificar a aquisição, afirmando que é parte de um programa de reprodução para conservação. O CITES está monitorando a situação, incentivando diálogos entre Brasil, Índia e Alemanha para resolver a disputa. A questão da ararinha-azul não é apenas uma questão de fauna, mas uma complexa rede de regulamentações internacionais.
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A Ararinha-azul na Índia se tornou um ponto de discussão internacional, envolvendo autoridades de diversos continentes. Após ser considerada extinta na natureza em 2019, a reintrodução da espécie por meio de programas de reprodução em cativeiro ganhou um capítulo inesperado. O foco agora está em entender como 26 desses animais foram parar em um zoológico privado na Índia, gerido pelo braço filantrópico da família Ambani.
A transferência das ararinhas para o zoológico Vantara, pertencente ao conglomerado da família mais rica da Ásia, levantou questões sobre a legalidade e os propósitos da transação. Investigações estão em andamento para determinar se o manejo e a aquisição dos animais seguem as regulamentações indianas e os acordos internacionais de proteção à vida selvagem.
O centro de resgate Vantara, localizado em Gujarat, afirma abrigar cerca de 2.000 espécies, atraindo atenção global, inclusive de figuras como Ivanka Trump e Mark Zuckerberg, durante eventos pré-casamento do líder do centro, Anant Ambani. O zoológico, inaugurado em março, tem chamado a atenção pelas importações de animais exóticos desde 2022, incluindo cobras, tartarugas, tigres, chitas e girafas.
Os registros alfandegários indicam que o centro importou diversas espécies exóticas de países como África do Sul, Venezuela, República Democrática do Congo e Emirados Árabes Unidos. As remessas, registradas em cerca de US$ 9 milhões, cobrem custos de frete e seguro, não representando pagamentos diretos pelos animais, segundo um porta-voz do Vantara.
A polêmica central gira em torno da aquisição das ararinhas-azuis em 2023, provenientes da Associação para a Conservação de Papagaios Ameaçados (ACTP) da Alemanha, que colabora com o Brasil na reprodução da espécie. Documentos alfandegários detalham o transporte das aves de Berlim para Ahmedabad, com um custo total de US$ 25.194, mais taxas locais dispensadas.
O governo brasileiro alega não ter autorizado a transferência dos papagaios para a Índia e expressou preocupações em reuniões do CITES. O Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) declarou que o zoológico Vantara não participa do Programa de Manejo Populacional da Ararinha-azul, essencial para a conservação da espécie.
O Brasil encerrou o acordo com a ACTP após alegações de transferências comerciais não autorizadas das araras Spix para outros países. O Vantara, por sua vez, defende a legalidade da transferência, afirmando que foi um acordo de reprodução para conservação. A Alemanha também se manifestou, indicando que liberou a transferência de “boa fé”, sem consultar o Brasil na época.
O governo indiano tem defendido o Vantara como um centro de reprodução conservacionista reconhecido. A Secretaria do CITES informou que estão ocorrendo consultas envolvendo Brasil, Índia e Alemanha para resolver a questão, e que as autoridades brasileiras devem fornecer novas informações em breve.
Via Forbes Brasil
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