Arqueólogos descobrem a evidência mais antiga de produção intencional de fogo por neandertais

Pesquisadores revelam a mais antiga prova de fogo controlado por neandertais, com 415 mil anos na Inglaterra.
10/12/2025 às 21:42 | Atualizado há 3 dias
               
A descrição indica uso controlado do fogo por neandertais há 415 mil anos perto de água. (Imagem/Reprodução: Redir)

Pesquisadores anunciaram a descoberta da mais antiga evidência de produção intencional de fogo, atribuída a neandertais há cerca de 415 mil anos na Inglaterra. A análise revelou o uso de pirita de ferro para gerar faíscas e acender fogo.

O estudo mostrou que os neandertais controlavam fogo em temperaturas superiores a 700 °C, usado para cozinhar e aquecer. Essa descoberta amplia o conhecimento sobre a inteligência e habilidades desses humanos pré-históricos.

Além de facilitar a sobrevivência em ambientes frios, o fogo também fortalecia a convivência social, influenciando comunicação e práticas culturais entre os neandertais.

Pesquisadores anunciaram a descoberta da mais antiga evidência de produção intencional de fogo, atribuída a neandertais que viveram há cerca de 415 mil anos no que hoje é o condado de Suffolk, na Inglaterra. O estudo, publicado na revista Nature, detalha análises feitas no sítio arqueológico de Barnham, onde foi encontrada pirita de ferro, um mineral raro na região, usado para gerar faíscas e iniciar fogo.

Essa pirita indica que os neandertais carregavam o mineral propositalmente e o utilizavam junto com machados de pedra para criar fogo. As fogueiras eram acesas perto de um bebedouro onde esses humanos pré-históricos acampavam, demonstrando uso repetido do fogo em altas temperaturas, superiores a 700 °C, comprovado por testes geoquímicos nos sedimentos.

Antes dessa descoberta, a evidência mais antiga datava de cerca de 50 mil anos e vinha da França. Este novo relato amplia o entendimento sobre o domínio do fogo por neandertais, indicando sua habilidade e inteligência para manipular elementos essenciais para sobreviver em ambientes frios.

O controle do fogo possibilitava a esses grupos cozinhar alimentos, eliminando patógenos e toxinas, além de tornar a carne mais macia e nutritiva. Isso também influenciava a vida social, já que as fogueiras se tornavam centros de convivência, impulsionando a comunicação e possivelmente o desenvolvimento da linguagem e crenças.

Apesar de nenhum fóssil humano ter sido encontrado diretamente em Barnham, descobertas próximas ligam o local aos neandertais. Essa prática do fogo reforça a ideia de que humanos modernos e neandertais compartilhavam comportamentos complexos.

Via Folha de S.Paulo

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