A utilização de inteligência artificial em filmes concorrentes ao Oscar gerou polêmica. Duas produções, “Emilia Pérez” e “O Brutalista”, estão no centro da discussão. A IA no Oscar tornou-se um tema relevante.
A controvérsia em torno de “O Brutalista” veio à tona após uma entrevista com o editor Dávid Jancsó à Red Shark News em 11 de janeiro. A notícia, entretanto, só ganhou destaque em publicações de Hollywood na segunda-feira, dia 20. O uso da IA em “Emilia Pérez” foi mencionado pela primeira vez em maio, mas ressurgiu com a polêmica envolvendo “O Brutalista”. O medo da substituição de profissionais na indústria cinematográfica é um fator importante na discussão sobre a IA no Oscar.
A empresa ucraniana Respeecher desenvolveu as funcionalidades de IA para ambos os filmes. Em “Emilia Pérez”, a tecnologia de clonagem de voz foi usada para ampliar o alcance vocal da personagem principal, interpretada por Karla Sofía Gascón. Já em “O Brutalista”, a Respeecher ajudou a corrigir problemas com o dialeto húngaro falado pelos atores Adrien Brody e Felicity Jones. A produção tentou métodos tradicionais antes de recorrer à IA. Além disso, a IA foi empregada na criação dos desenhos arquitetônicos do ato final de “O Brutalista”.
A Respeecher, fundada em 2018, tem trabalhado com grandes estúdios de Hollywood e empresas de jogos. Seu trabalho na série The Mandalorian da Disney, sintetizando a voz do jovem Luke Skywalker, é um exemplo notável. A empresa recebeu vários prêmios, incluindo um Emmy e dois Webby Awards. Apesar da guerra na Ucrânia, a Respeecher manteve suas operações e participou de projetos importantes como a criação de vozes sintéticas para Darth Vader (em Obi-Wan Kenobi) e James Earl Jones (no jogo God of War: Ragnarök). A influência da IA no Oscar é apenas um reflexo do impacto crescente dessa tecnologia na indústria do entretenimento.
Via Forbes Brasil