O comportamento alimentar nas redes sociais tem se mostrado um tema de crescente importância. Um estudo recente da Merck e da consultoria Ilumeo revelou como as tendências digitais, impulsionadas por plataformas como Instagram, X (antigo Twitter) e TikTok, podem influenciar negativamente a forma como nos relacionamos com a comida. A análise destaca a importância de estarmos atentos ao conteúdo que consumimos online e seus potenciais efeitos em nossa saúde.
A pesquisa apontou que as redes sociais podem induzir tanto ao consumo excessivo quanto à restrição alimentar, muitas vezes sem qualquer orientação profissional. Um exemplo alarmante é a trend “magras, magras, magras” no TikTok, que promove comportamentos prejudiciais à saúde em busca do emagrecimento. Além disso, a divulgação de dietas e medicamentos para emagrecer sem respaldo médico é uma prática comum nessas plataformas, o que pode ser extremamente perigoso.
Por outro lado, vídeos de Mukbang, populares na Coreia do Sul, incentivam o consumo exagerado de alimentos, principalmente os ultraprocessados. Segundo o Dr. Otavio Freire, da Ilumeo, esse tipo de conteúdo pode gerar compulsão alimentar, atuando como um gatilho imediato e de difícil controle. A exposição constante a esses vídeos pode levar a um ciclo vicioso, onde o algoritmo das redes sociais continua a mostrar conteúdos similares, reforçando esses padrões de consumo.
Uma das soluções apontadas pelo estudo é “reeducar” as redes sociais, utilizando as ferramentas “não tenho interesse” (Instagram) ou “não interessado” (TikTok) para evitar a exibição de conteúdos prejudiciais. No entanto, a análise também revelou que muitas pessoas recorrem às redes sociais em busca de soluções para emagrecer, em vez de procurar orientação médica profissional. Essa tendência é preocupante, pois dietas e estratégias divulgadas por influenciadores sem formação na área da saúde podem ser ineficazes e até mesmo perigosas.
Para garantir um emagrecimento saudável e seguro, é fundamental buscar a orientação de um profissional de saúde, como nutricionistas e médicos especializados. Esses especialistas podem avaliar as necessidades individuais, considerando fatores como metabolismo, histórico clínico e estilo de vida, e indicar abordagens adequadas para a perda de peso. Ao contrário das soluções encontradas nas redes sociais, o acompanhamento profissional reduz os riscos à saúde e aumenta as chances de alcançar resultados duradouros.
Diante desse cenário, é crucial que estejamos conscientes do impacto do comportamento alimentar nas redes sociais. A busca por um corpo ideal não pode colocar em risco a nossa saúde física e mental. Ao priorizar a orientação profissional e o consumo consciente de conteúdo online, podemos construir uma relação mais saudável e equilibrada com a comida.
