Sim, **astronautas votam no espaço**. A prática de astronautas votam no espaço já é realidade há mais de meio século. Em 1971, cosmonautas da missão Soyuz 11 exerceram seu direito ao voto, marcando a primeira vez que votos foram computados fora da Terra. Desde então, o processo evoluiu, garantindo que cidadãos espaciais possam participar das eleições.
O primeiro registro de voto espacial ocorreu durante o 24º Congresso do Partido Comunista da União Soviética. Os cosmonautas a bordo da Salyut 1, a primeira estação espacial, transmitiram seus votos por televisão. Em 1989, outros cosmonautas repetiram o feito durante as eleições parlamentares soviéticas, sem voto secreto.
A situação nos Estados Unidos ganhou destaque em 1996, quando o astronauta John Blaha tentou votar, mas foi impedido devido à ausência de voto eletrônico no Texas. Para solucionar essa questão, o então governador do Texas, George W. Bush, implementou uma lei que permitiu o voto eletrônico para astronautas do estado. O pioneiro nesse novo sistema foi David Wolf, votando nas eleições municipais de Houston a partir da estação espacial Mir.
O processo para astronautas votam no espaço nos EUA assemelha-se ao voto a distância de militares. Antes da missão, o astronauta preenche uma solicitação de voto ausente, e a cédula eleitoral é enviada em formato PDF. Após preencher a cédula, o documento é encaminhado de maneira criptografada para o responsável eleitoral local. Em 2004, Leroy Chiao se tornou o primeiro astronauta americano a votar em uma eleição presidencial no espaço.
Outras nações, como França, Reino Unido, Suíça e Estônia, também adotaram o voto digital para seus astronautas. Os cosmonautas russos, por outro lado, geralmente votam por procuração, delegando seu voto a um representante na Rússia.
Em 2024, durante as últimas eleições presidenciais dos Estados Unidos, quatro astronautas votaram digitalmente da Estação Espacial Internacional. Curiosamente, esses foram os únicos votos eletrônicos registrados no país, que tradicionalmente utiliza cédulas de papel desde 1788.