Ata do Copom Revela Cenário Desfavorável, Mas Sob Controle

O Copom mantém a Selic em 15% ao ano, sinalizando um cenário adverso, mas sob controle. Veja os principais destaques da ata.
23/09/2025 às 09:01 | Atualizado há 2 meses
               
Ata do Copom
Fique atento às notícias que podem impactar os preços dos ativos hoje. (Imagem/Reprodução: Forbes)

A Ata do Copom, referente à reunião de número 273, revelou que a taxa Selic permanece em 15% ao ano, uma decisão esperada. O documento destaca uma visão do Banco Central sobre a inflação e a atividade econômica, caracterizando um cenário adverso, mas controlado. Em meio a incertezas externas, como tarifas comerciais e a política monetária dos Estados Unidos, a situação requer monitoramento rigoroso.

No âmbito interno, a análise do Copom sugere um crescimento econômico moderado, alinhado às expectativas atuais. A situação econômica ainda apresenta sinais mistos, mas a atividade da demanda está evoluindo conforme o esperado. O Copom continua observando todos os dados econômicos disponíveis para garantir um entendimento abrangente do cenário.

Além disso, a Ata indica que, apesar da leve queda nas expectativas de inflação, o cenário inflacionário ainda exige uma política monetária restritiva. O Copom reafirma a vigilância, com taxas de juros elevadas, enfatizando a possibilidade de novas elevações se a inflação não arrefecer. A situação é complexa, exigindo cautela em futuras decisões econômicas.
O Comitê de Política Monetária (Copom) divulgou a Ata do Copom da reunião de número 273, onde a taxa Selic foi mantida em 15% ao ano, decisão já esperada pelo mercado. Este documento revela a visão do Banco Central (BC) sobre inflação, atividade econômica e juros, pintando um quadro adverso, mas que permanece sob controle. A seguir, vamos detalhar os principais pontos abordados na ata e suas implicações.

A conjuntura externa adiciona um grau de incerteza, principalmente no que tange às tarifas comerciais impostas pelos Estados Unidos e ao comportamento das taxas de juros. O Copom observa atentamente os impactos de curto prazo da política monetária norte-americana, com foco no debate sobre o início do ciclo de corte de juros pelo Federal Reserve e o ritmo de crescimento dos EUA.

No cenário interno, a Ata do Copom apresenta uma avaliação um pouco mais otimista. Há uma percepção de que a atividade econômica doméstica segue um ritmo de crescimento mais moderado, alinhado com as expectativas do Comitê. Dados recentes de pesquisas setoriais e consumo reforçam a ideia de uma desaceleração gradual do crescimento econômico.

Embora o Copom reconheça sinais mistos nos indicadores econômicos, a avaliação geral é que a demanda e a atividade econômica estão evoluindo conforme o esperado, em consonância com a política monetária em vigor. O comitê ressalta que, em momentos de mudança no ciclo econômico, é comum observar sinais contraditórios, e, por isso, seguirá monitorando todos os dados disponíveis.

No que tange às metas de inflação, o Copom observa um movimento inicial de queda nas expectativas de inflação, medido pelo Focus, concentrado nos horizontes de curto prazo. No entanto, as expectativas de inflação, avaliadas por diferentes instrumentos e grupos de agentes, ainda se mantêm acima da meta em todos os horizontes, configurando um cenário inflacionário adverso.

Essa situação impede qualquer relaxamento na política monetária. A Ata do Copom enfatiza que, em um ambiente de expectativas não ancoradas, como o atual, é necessário manter uma restrição monetária mais intensa e por um período mais longo do que seria considerado apropriado em outras circunstâncias. Os núcleos de inflação têm persistido acima do valor compatível com o atingimento da meta, indicando uma inflação pressionada pela demanda, o que exige uma política monetária contracionista prolongada.

O Copom sinaliza que pretende aguardar para avaliar se a manutenção da taxa de juros no patamar atual, por um período prolongado, será suficiente para garantir a convergência da inflação à meta estabelecida. A Ata do Copom reforça a postura vigilante adotada em comunicados anteriores, indicando que as taxas de juros permanecerão elevadas por um período considerável, com a possibilidade de novas elevações caso a inflação não mostre sinais de arrefecimento.

Apesar do tom cauteloso, a Ata do Copom demonstra um leve otimismo ao reconhecer que a demanda está se comportando conforme o esperado, desacelerando em resposta à política monetária restritiva. Este é um indicativo de que as medidas adotadas estão surtindo efeito, ainda que de forma gradual. O cenário econômico permanece complexo e incerto, exigindo monitoramento constante e cautela nas decisões de política monetária.

Indicadores Econômicos:

Brasil: Ata do Copom
Estados Unidos:
PMI Industrial (Set): Esperado: 52,2; Anterior: 53,0
PMI dos Serviços (Set): Esperado: 54,0; Anterior: 54,5
Discurso de Donald Trump
Discurso de Jerome Powell

Via Forbes Brasil

Artigos colaborativos escritos por redatores e editores do portal Vitória Agora.