A atividade industrial do Brasil enfrentou um período desafiador em junho, com uma notável retração nas vendas totais, conforme apontado pelo Índice de Gerentes de Compras (PMI). A queda nas encomendas de exportação intensificou esse cenário, resultando no pior desempenho trimestral desde o último trimestre de 2023. A demanda enfraquecida e a escassez de novos negócios, especialmente na América do Sul e Central, impactaram diretamente os volumes de produção, que registraram o segundo mês consecutivo de declínio.
A taxa de contração observada foi a mais acentuada dos últimos dois anos, refletindo a gravidade do momento. Paralelamente, os novos pedidos de exportação também apresentaram queda pelo terceiro mês seguido, atingindo o nível mais baixo em dois anos. Diante desse contexto, as empresas foram levadas a reduzir o número de empregos, marcando a primeira vez em quase dois anos que tal medida foi adotada.
Os dados revelaram, ainda, uma leve aceleração nas pressões de custos, embora a taxa de inflação tenha se mantido como a segunda mais branda desde março de 2024. O aumento dos preços de componentes eletrônicos, alimentos e metais foi apontado como um dos principais fatores contribuintes para essa pressão. Em contrapartida, houve um discreto aumento nos preços cobrados pelos produtos.
Apesar dos desafios enfrentados, as empresas mantiveram um certo otimismo em relação ao futuro, impulsionadas pela expectativa de recuperação da demanda e pela perspectiva de taxas de juros mais baixas. A confiança empresarial em junho alcançou o patamar mais elevado em 14 meses, sinalizando uma esperança de que o cenário possa se reverter nos próximos meses.
Via Forbes Brasil