O setor de calçados brasileiro enfrenta um crescimento significativo nas importações, o que preocupa a indústria local. Em julho, as importações atingiram 4,2 milhões de pares e US$ 66 milhões, um aumento de quase 100% em relação ao ano anterior.
Nos primeiros sete meses de 2025, as importações somaram 26,58 milhões de pares, representando um crescimento de 27,5% em volume. Enquanto isso, as exportações também sofrem, com um total de 7,18 milhões de pares e uma queda significativa em comparação a 2024.
Diante deste cenário, o presidente da Abicalçados, Haroldo Ferreira, alerta para a necessidade de medidas que protejam a competitividade da indústria brasileira. A entidade já solicitou ao Governo Federal limites nas importações para minimizar os impactos no setor.
No cenário atual do mercado, o setor de calçados enfrenta um aumento expressivo nas importações de calçados, contrastando com a desaceleração nas exportações. Em julho, as importações alcançaram 4,2 milhões de pares, totalizando US$ 66 milhões, representando um salto de 98,5% em volume e 89,6% na receita em relação ao ano anterior. Os dados são da Abicalçados e apontam para o maior volume de importações desde 1997.
Nos sete primeiros meses de 2025, as importações de calçados somaram 26,58 milhões de pares, com um valor de US$ 337,8 milhões, indicando um crescimento de 27,5% em volume e 30,5% na receita. Este aumento ocorre em um momento delicado, onde as exportações brasileiras sofrem com a tarifa de 50% imposta pelos Estados Unidos.
De acordo com Haroldo Ferreira, presidente da Abicalçados, o aumento nas importações de calçados representa uma preocupação para a indústria nacional. A entidade já solicitou ao Governo Federal a implementação urgente de cotas rígidas, com limites quantitativos para proteger a competitividade da indústria brasileira e preservar os empregos no setor.
Os principais países de origem das importações de calçados são Vietnã, China e Indonésia. O Vietnã lidera com 8,3 milhões de pares e US$ 162,45 milhões, um aumento de 26% em volume e 32,6% na receita. A China segue com 7,96 milhões de pares e US$ 27,47 milhões, com altas de 7,5% em volume e 9,4% em receita. A Indonésia aparece com 5,4 milhões de pares e US$ 84,24 milhões, um incremento de 65,8% em volume e 85,3% na receita.
Em julho, as importações de calçados tiveram a seguinte distribuição por país: Vietnã com 1,8 milhão de pares e US$ 34,63 milhões, China com 357,62 mil pares e US$ 4 milhões, e Indonésia com 1,1 milhão de pares e US$ 16,3 milhões. Os aumentos foram de 129,7% em volume e 117% em receita para o Vietnã, 30,7% em volume e 57,8% em valor para a China, e 156,3% em volume e 103% em receita para a Indonésia.
As exportações também merecem atenção, registrando um total de 7,18 milhões de pares e US$ 76,74 milhões, com quedas de 7,3% e 11,8%, respectivamente, em comparação com 2024. Nos sete meses iniciais de 2025, as exportações exibiram crescimento, porém em ritmo de desaceleração. No período, foram exportados 59,88 milhões de pares, gerando US$ 574 milhões, representando aumentos de 6,6% em volume e 0,7% em receita, em relação ao ano anterior.
Haroldo Ferreira ressalta que a desaceleração das exportações é um reflexo do aumento da concorrência internacional, com produtos asiáticos, especialmente chineses, sendo redirecionados para outros mercados. Esta situação tem afetado o desempenho da indústria brasileira em regiões importantes, como Europa e América Latina, devido às sobretaxas impostas nos Estados Unidos que impactam negativamente as exportações brasileiras.
Diante deste cenário, a indústria calçadista brasileira busca alternativas para mitigar os impactos negativos e impulsionar o setor, equilibrando as importações de calçados e as exportações.
Via Exame