Aura Minerals se destaca em Nova York após crescimento

Descubra como a Aura Minerals mostrou seu crescimento em Nova York dedicando-se ao setor mineral.
18/07/2025 às 18:02 | Atualizado há 2 semanas
Aura Minerals na Nasdaq
Mineradora brasileira lista ações na Nasdaq para aumentar liquidez e atrair investidores. (Imagem/Reprodução: Investnews)

Em um cenário de valorização do ouro, a Aura Minerals na Nasdaq, especializada em ouro e cobre, viu suas ações quase triplicarem em um ano. Visando alcançar as grandes mineradoras globais, a empresa concretizou sua abertura de capital na Nasdaq, em Nova York, sob o código AUGO, marcando um novo capítulo em sua história.

A Initial Public Offering (IPO) gerou um montante de US$ 200 milhões para a Aura Minerals. Este movimento representa o início da transferência de sua principal listagem da Bolsa de Toronto para o mercado americano, almejando maior liquidez e atraindo novos investidores.

A entrada na Nasdaq ocorreu por meio de um follow on, com a emissão e venda de 8,1 milhões de ações na bolsa americana. Anteriormente, a empresa possuía 66,4 milhões de ações, elevando o total para 74,5 milhões. Atualmente, 12% das ações da Aura são negociadas em Nova York, com planos de aumentar essa proporção.

Controlada pela Northwestern Enterprise desde 2016, a Aura Minerals também possui Brazilian Depositary Receipts (BDRs) emitidas na B3. Antes da listagem nos EUA, as ações movimentavam menos de US$ 15 milhões por dia. Segundo Rodrigo Barbosa, CEO da Aura, o aumento da liquidez era um objetivo planejado há anos, visando atrair grandes fundos estrangeiros.

A decisão de listar na Nasdaq foi motivada pelo crescimento da companhia. Após ser adquirida da YamanaGold com a proposta de recuperação, a Aura Minerals expandiu seus projetos, aumentou suas reservas e cresceu sua produção, permitindo a aceleração da migração para os EUA.

Na estreia, as ações registraram uma queda de mais de 7%. No entanto, o ganho geral foi expressivo. Com a emissão de novas ações em Nova York, somadas às ações já listadas na bolsa canadense, a empresa alcançou um valor de mercado de US$ 1,8 bilhão, aproximadamente 30% acima do valor indicado em Toronto no início do processo de listagem.

A abertura de capital da Aura Minerals nos EUA coincide com um período favorável para o mercado de ouro, seu principal produto, respondendo por quase 80% de sua receita, enquanto o cobre representa o restante. Em 2025, os preços do ouro aumentaram cerca de 30%, superando a marca histórica de US$ 3.500 por onça.

A escalada do ouro é impulsionada por fatores como a guerra entre Ucrânia e Rússia, que resultou no bloqueio das reservas russas em dólar, e o crescente endividamento e déficit americano, que superou os US$ 33 trilhões, desvalorizando a moeda americana e impulsionando a demanda por ouro como reserva de valor.

Essa movimentação ganhou força com as disputas tarifárias do governo de Donald Trump. Atualmente, os bancos centrais detêm um volume de ouro comparável ao de 1965, quando o metal era a principal reserva de valor dos países. Em 2024, as reservas de ouro totalizaram 36 mil toneladas, com destaque para Polônia, Índia e China.

A China tem buscado diversificar suas reservas, trocando dólares por ativos como o ouro, intensificando o clima de disputa geopolítica com os Estados Unidos. Segundo o CEO da Aura, essa tendência deve continuar, impulsionando a cotação do ouro.

A migração para a Nasdaq faz parte da estratégia da Aura Minerals de deixar de ser vista como uma junior mining. Após uma reestruturação nos últimos seis anos, a mineradora implementou um plano de expansão que pode dobrar sua produção nos próximos anos.

Entre os projetos prioritários, destaca-se Cerro Blanco, na Guatemala, que pode dobrar a produção da Aura a um custo menor. Além disso, a Aura já iniciou a operação da mina Borborema, com adição de 82 mil onças anuais, e planeja iniciar a produção de Matupá em 2027, com potencial de 54 mil onças ao ano.

O banco BTG Pactual estima uma produção de 280 mil onças para 2025. A empresa projeta entre 266 mil e 300 mil onças para este ano, com a expectativa de superar 450 mil onças anuais nos próximos anos. Caso os planos se concretizem, a Aura Minerals poderá superar a Vale na extração de ouro, tornando-se uma das maiores produtoras do Brasil.

O crescimento da Aura Minerals será impulsionado por projetos internos e novas aquisições. A empresa continua atenta a oportunidades de Mergers and Acquisitions (M&A) para expandir suas operações. Em junho, concluiu a compra da mina Serra Grande, vendida pela AngloGold Ashanti por US$ 76 milhões. Os recursos do IPO serão utilizados para pagar essa aquisição e investir nos projetos Era Dourada, na Guatemala, e Matupá, em Mato Grosso.

A estratégia da Aura Minerals é aproveitar sua especialidade em recuperar ativos subdimensionados, implementando sua gestão e reduzindo custos. Parte do mercado reconhece o modelo de gestão da Aura como um diferencial competitivo, com um modelo descentralizado que permite maior controle e eficiência nas operações.

Atualmente, a Aura Minerals opera quatro minas: Almas (Tocantins), Apoena (Mato Grosso), Minosa (Honduras) e Aranzazu (México). No Brasil, Borborema (Rio Grande do Norte) está em fase de ramp-up, enquanto Matupá (Mato Grosso) e Era Dourada (Guatemala) são projetos em crescimento. A mina de Serra Grande, recém-adquirida, já está operacional.

A Aura Minerals busca dobrar de tamanho e manter sua trajetória de ser a maior pagadora de dividendos entre as mineradoras de ouro. O BTG Pactual estima um retorno sobre os pagamentos de dividendos da Aura de 10% neste ano, em dólar.

A listagem da Aura Minerals na Nasdaq representa um passo importante para a consolidação da empresa como uma das principais mineradoras de ouro, impulsionada pelo crescimento de suas operações e pela alta demanda pelo metal.

Via InvestNews

Artigos colaborativos escritos por redatores e editores do portal Vitória Agora.