Avanços e Desafios dos Drones Agrícolas no Brasil

Entenda como os drones agrícolas estão evoluindo e as necessidades de regulamentação para seu uso eficaz no Brasil.
22/07/2025 às 14:03 | Atualizado há 2 dias
Drones agrícolas
A tecnologia na agricultura pede novas regras para um uso eficiente e seguro. (Imagem/Reprodução: Forbes)

No Brasil, a utilização de drones agrícolas na pulverização tem crescido, mas ainda enfrenta barreiras técnicas e de regulamentação. Um estudo da Embrapa Soja (PR) e do empresário Eugênio Passos Schröder, revela que, apesar do aumento do uso dessa tecnologia no campo, os equipamentos necessitam de uma análise cuidadosa antes de serem utilizados.

Segundo Rafael Moreira Soares, pesquisador da Embrapa Soja, os drones são uma opção intermediária entre pulverizadores terrestres e aviões agrícolas, mas requerem uma avaliação precisa. Ele aponta a falta de dados consistentes sobre a taxa de aplicação, velocidade, uniformidade e controle da deriva, apesar de algumas vantagens já serem notadas.

Os drones agrícolas possibilitam aplicações direcionadas, com mais precisão e menor exposição do operador a produtos químicos. A evolução desses equipamentos é constante, como a adoção de bicos rotativos, que proporcionam maior controle sobre o tamanho das gotas, auxiliando na redução de perdas por deriva.

Essa tecnologia utiliza modelos multirrotores ou de asa fixa, com motorização elétrica a bateria, e são equipados com hardware, software, câmeras e sensores. Os drones podem realizar mapeamento georreferenciado, monitoramento, geração de imagens e aplicação automatizada de produtos líquidos e sólidos.

A partir de 2022, com a chegada de modelos com tanques de 40 litros ou mais, tornou-se possível pulverizar mais de 100 hectares por dia com um drone. Isso aumentou o interesse de produtores em adquirir o equipamento em vez de contratar o serviço. Soares explica que agricultores com infraestrutura, como veículos e mão de obra, investem menos do que prestadores de serviço.

Schröder ressalta que abrir um negócio de pulverização com drones exige planejamento. O investimento envolve acessórios, veículos de apoio, estrutura administrativa e capital de giro, sendo, em média, três vezes maior que o preço do drone.

O custo da pulverização com drones agrícolas varia conforme a topografia, cultura, tecnologia e distância. Os preços oscilam entre R$ 100 e R$ 400 por hectare. Algumas empresas cobram por hora de voo, enquanto outras oferecem pacotes com o preparo da solução a ser aplicada.

O uso de drones para aplicação de defensivos agrícolas é regulamentado no Brasil pela Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC), Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) e Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Especialistas alertam para a necessidade de uma regulamentação mais clara e atualizada, dada a rápida evolução dos equipamentos e sua crescente adoção.

Soares indica que produtores rurais ou empresas com dúvidas sobre a legislação podem consultar o portal do Sindicato Nacional das Empresas de Aviação Agrícola (Sindag). Ele reforça a importância de seguir a legislação para evitar problemas com a fiscalização e manter a segurança das aplicações aéreas.

Espera-se que, com o desenvolvimento das pesquisas e a consolidação de dados técnicos, a tecnologia ganhe escala e contribua para o aumento da eficiência e da sustentabilidade da produção agrícola brasileira. Soares destaca que essa área está em constante modernização, com a atualização das máquinas e o aumento da diversidade de culturas e produtos envolvidos.

Via Forbes Brasil

Artigos colaborativos escritos por redatores e editores do portal Vitória Agora.