O setor energético brasileiro está se preparando para um grande crescimento, com estimativas de investir ao menos R$ 597 bilhões em novas plantas de geração e redes de distribuição até o ano de 2034. Segundo a Empresa de Pesquisa Energética (EPE), essas diretrizes visam fortalecer a matriz elétrica do país, tornando-a mais diversificada e resiliente.
A transição energética ganha destaque à medida que o Brasil incorpora mais fontes renováveis, incluindo energia solar, eólica e biomassa. Projeções indicam que as energias renováveis podem ultrapassar a contribuição atual das hidrelétricas, que se espera que diminuam de 44,8% para 40,4% da capacidade total instalada até 2029. A EPE também prevê que representará um ativo atrativo para investimentos internacionais, à medida que as empresas buscam reduzir sua pegada de carbono.
Entre 2024 e 2034, a energia centralizada, como hidrelétricas e parques eólicos, deve absorver cerca de R$ 352 bilhões. Além disso, iniciativas de geração distribuída, como a energia solar nos telhados, vão receber R$ 117 bilhões, complementados por R$ 129 bilhões na infraestrutura de transmissão. Isso demonstra uma abordagem abrangente na estratégia de fornecimento energético.
O setor não se limita apenas às tradicionais fontes de energia. Projetos focados na geração de energia a partir de hidrogênio verde e armazenamento através de baterias estão ganhando força. O armazenamento é fundamental para garantir uma oferta estável, especialmente em períodos de maior demanda, quando as fontes intermitentes, como solar e eólica, podem sofrer quedas de produção.
Importantes players do mercado, como a Enel e a Eletrobras, estão expandindo suas capacidades. A Enel, por exemplo, dobrou sua capacidade instalada de 3,3 GW para 6,6 GW desde 2019, focando cada vez mais em energia renovável. A Eletrobras, por sua vez, anuncia investimentos massivos para modernizar sua estrutura, destinar R$ 6,7 bilhões em novos projetos de transmissão e continuar com a descarbonização do seu portfólio.
Apesar de todas essas movimentações, algumas barreiras permanecem. A geração de energia renovável precisa de diretrizes claras e estáveis para atrair mais investimentos e superar desafios como os altos custos de implementação e a falta de infraestrutura adequada. Além disso, a legislação vigente ainda enfrenta necessidade de revisões para se adaptar à nova realidade do setor.
Entendendo essas nuances, o Brasil posiciona-se como um ator significativo na transição energética global e na construção de um futuro sustentável e diversificado.
Via Exame
