Após três anos da privatização da Eletrobras, agora chamada Axia Energia, a empresa surpreendeu o mercado com o pagamento de R$ 4,3 bilhões em dividendos intermediários. Este valor robusto reflete a forte geração de caixa e as estratégias eficazes da companhia.
O montante corresponde a R$ 2 para ações preferenciais e R$ 1,62 para ordinárias, elevando o dividend yield para cerca de 6,3%. Analistas passaram a rever suas expectativas, com resultados financeiros que superaram projeções.
Além dos dividendos, a Axia realizou vendas estratégicas de ativos e firmou acordos para reduzir riscos. A companhia também divulgou lucro ajustado acima do esperado, mesmo com um prejuízo contábil causado pela venda da Eletronuclear.
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Após três anos de sua privatização, a (agora) Axia Energia surpreende o mercado com a distribuição de um Mega dividendo da Eletrobras aos seus acionistas. A companhia anunciou o pagamento de R$ 4,3 bilhões em dividendos intermediários, refletindo a robustez de sua geração de caixa e as bem-sucedidas estratégias de gestão implementadas.
O montante a ser distribuído corresponde a R$ 2 por ação para as ações preferenciais (PN) e R$ 1,62 para as ações ordinárias (ON). Este anúncio complementa os R$ 4 bilhões já distribuídos ao longo deste ano, elevando o dividend yield para aproximadamente 6,3%, um índice notável no cenário financeiro.
O anúncio do Mega dividendo da Eletrobras pegou de surpresa o sellside, que não esperava uma distribuição tão expressiva para este ano. Analistas do Bradesco BBI, por exemplo, tinham uma expectativa de que a Eletrobras pagaria R$ 7 bilhões em dividendos somente em 2025, enquanto o JP Morgan estimava R$ 8 bilhões.
A performance das ações da Axia refletiu positivamente o anúncio, com as ações PN abrindo em alta de 2,7%. Com isso, o valor de mercado da companhia alcançou a marca de R$ 134 bilhões na B3. Os papéis da empresa acumulam uma valorização superior a 60% desde o início do ano e 47% nos últimos 12 meses.
A capacidade de distribuir um Mega dividendo da Eletrobras dessa magnitude está atrelada às iniciativas lideradas pelo CEO Ivan Monteiro. As ações visaram reduzir os riscos associados à tese de investimento da empresa, além de proporcionar maior clareza em relação aos preços de energia para 2026.
Uma das medidas mais recentes para mitigar riscos foi a venda da Eletronuclear para a J&F Investimentos, dos irmãos Batista, em uma transação que envolveu cerca de R$ 3 bilhões. Além disso, a Eletrobras também alienou suas 13 usinas térmicas, igualmente para a J&F, arrecadando R$ 3,6 bilhões. Outra operação importante foi a venda da participação na EMAE para a Sabesp, por R$ 1,1 bilhão.
A Axia também celebrou um acordo com o Governo Federal no início do ano, o qual resultou na diminuição das obrigações relacionadas a Angra 3. Adicionalmente, a empresa reportou preços de venda de energia robustos ao longo do ano, impulsionando seus resultados financeiros.
O anúncio dos dividendos coincidiu com a divulgação do balanço do terceiro trimestre da companhia, cujos números superaram as projeções dos analistas. O EBITDA ajustado atingiu R$ 5,9 bilhões, superando em 20% as estimativas do BTG, que eram de R$ 4,9 bilhões. O lucro bruto e as despesas operacionais também apresentaram resultados acima do esperado pelo mercado.
Apesar dos resultados positivos, a Eletrobras reportou um prejuízo de R$ 5,5 bilhões no bottom line. Tal resultado foi justificado, principalmente, pela provisão contábil decorrente da venda da Eletronuclear. Como a venda foi concretizada por um valor inferior ao valor contábil do ativo, a Axia precisou realizar uma provisão não-caixa de R$ 7,3 bilhões no trimestre.
Excluindo esse efeito contábil, o lucro líquido da companhia seria de R$ 1,8 bilhão, também acima das projeções dos analistas. O Bradesco, por exemplo, estimava um lucro de R$ 1,4 bilhão. Atualmente, a ação da Axia está sendo negociada a 12 vezes o lucro estimado para 2026 e 5,6 vezes o EV/EBITDA.
Via Brazil Journal
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