A Recuperação judicial da Azul, conforme amplamente divulgado, tornou-se realidade com o pedido formalizado nos Estados Unidos, sob o Chapter 11. A companhia aérea busca reestruturar suas finanças, alegando que sua situação difere de outros casos na América Latina, principalmente devido aos acordos já estabelecidos com seus parceiros. A empresa busca reestruturar suas finanças e otimizar seu capital.
A Azul iniciou um processo de reestruturação pré-acordado, visando acordos que totalizam cerca de US$ 1,6 bilhão em financiamento DIP (debtor-in-possession). Esse tipo de financiamento é específico para empresas em recuperação judicial, provendo os recursos necessários para manter as operações e alcançar os objetivos de reestruturação financeira.
A companhia aérea planeja utilizar esse financiamento para quitar parte de sua dívida existente e fortalecer sua liquidez com aproximadamente US$ 670 milhões em novo capital, tanto durante quanto após o processo de Recuperação judicial da Azul. A expectativa é que, ao final da reestruturação, o financiamento DIP seja pago com recursos provenientes de uma oferta de direitos de ações de até US$ 650 milhões.
Parceiros financeiros da empresa apoiam essa oferta, que também conta com um investimento adicional de até US$ 300 milhões da United Airlines e da American Airlines, sujeito a condições específicas. A Azul se preparou para essa etapa, com um plano claro para sua conclusão, e espera que o processo seja concluído em até um ano, devido à sua estrutura bem definida.
O CEO da Azul, John Rodgerson, afirmou que a decisão de iniciar uma reestruturação financeira voluntária foi motivada pelo impacto da pandemia na estrutura de capital da empresa, agravado pela deterioração macroeconômica e problemas na cadeia de suprimentos do setor aéreo. Através do Chapter 11, a Azul busca não apenas uma reorganização financeira, mas também uma otimização de sua estrutura de capital.
A Azul já formalizou acordos de apoio à reestruturação com seus principais parceiros financeiros, incluindo a AerCap, sua maior arrendadora de aeronaves, e as companhias aéreas United e American Airlines. Os acordos preveem um financiamento de aproximadamente US$ 1,6 bilhão durante o processo e a eliminação de US$ 2 bilhões em dívidas. Adicionalmente, há um financiamento garantido de até US$ 950 milhões em equity ao final do processo.
Ao término da Recuperação judicial da Azul, a United e a American Airlines devem adquirir participação acionária na Azul, com um possível aporte de até US$ 300 milhões. A companhia espera sair do processo sem dívidas, realizando uma oferta pública para atrair investidores e utilizar os recursos levantados para quitar o financiamento DIP. É importante destacar que as operações de voo da Azul não serão afetadas pelo processo.
Via Money Times