Após uma semana desafiadora, as ações do Banco do Brasil (BBAS3) fecharam em baixa, atingindo os valores mais baixos dos últimos dois anos, cotadas em torno de R$ 20. Esse desempenho negativo ocorre em um momento de preocupações mais amplas sobre a saúde do mercado financeiro e as perspectivas para o segundo trimestre.
Além da pressão exercida pela queda do Ibovespa, que também apresentou um recuo significativo, o mercado está de olho em possíveis números desfavoráveis para o **Banco do Brasil** neste segundo trimestre. Analistas do Safra apontam que, além dos desafios no agronegócio, o banco pode enfrentar um aumento na inadimplência entre empresas, o que impactaria diretamente seus resultados.
O Safra destaca que o mercado pode estar subestimando os riscos associados ao crédito corporativo, que pode se tornar uma fonte de pressão sobre os lucros do **Banco do Brasil** a curto prazo. Eles observam um aumento no índice de inadimplência acima de 30 dias, o que poderia levar a um crescimento da inadimplência acima de 90 dias no segundo trimestre.
Diante desse cenário, o Safra projeta um lucro líquido de R$ 4,6 bilhões para o **Banco do Brasil**, representando uma queda de 50% em relação ao ano anterior e ficando 10% abaixo das expectativas do mercado, que giram em torno de R$ 5,2 bilhões. A instituição financeira também estima a formação de R$ 5,3 bilhões em NPLs corporativos, o que impactaria o índice de inadimplência acima de 90 dias. A divulgação dos resultados do **Banco do Brasil** está agendada para 13 de agosto.
Outras instituições financeiras também compartilham preocupações em relação ao desempenho do **Banco do Brasil**. O Goldman Sachs, por exemplo, prevê que o banco registrará o menor nível de retorno sobre o patrimônio líquido (ROE) dos últimos nove anos, com uma queda esperada para 11% entre abril e junho. A pressão sobre a rentabilidade viria, mais uma vez, do setor de agronegócio.
O JP Morgan também expressa receios de que a situação possa ser ainda mais crítica do que o previsto, com o **Banco do Brasil** possivelmente enfrentando um aumento nas despesas com calotes devido a empréstimos problemáticos no agronegócio. O banco estima provisões líquidas de R$ 13 bilhões no segundo trimestre, um aumento significativo em relação ao ano anterior.
Para o JP Morgan, o principal desafio para o **Banco do Brasil** reside no impacto prolongado do ciclo de crédito, especialmente no agronegócio, onde o aumento de renegociações e refinanciamentos pode afetar negativamente os resultados. Além disso, o banco reduziu o preço-alvo da ação para o final de 2026, de R$ 28 para R$ 26.
Via Money Times