Banco Central: Galípolo alerta sobre dados econômicos isolados

Gabriel Galípolo enfatiza que o Banco Central não deve se deixar levar por dados pontuais, mantendo a Selic em níveis altos.
27/08/2025 às 15:41 | Atualizado há 1 semana
Banco Central brasileiro
Banco Central não pode se emocionar, destaca presidente Gabriel Galípolo. (Imagem/Reprodução: Moneytimes)

Durante um evento da Fenabrave, Gabriel Galípolo, presidente do Banco Central brasileiro, enfatizou a importância de evitar decisões baseadas em dados isolados. Ele argumentou que a taxa Selic deve continuar em níveis restritivos por um período prolongado, devido à persistente inflação acima da meta estabelecida.

Galípolo mencionou que, apesar de alguns recuos nas projeções de inflação, elas ainda estão elevadas, como indicado pelo Boletim Focus. Para 2025, a inflação projetada é de 4,86%, comparada à meta de 3%. Essa discrepância torna necessária uma política monetária mais rigorosa para assegurar a estabilidade econômica.

Embora a economia brasileira tenha mostrado crescimento, Galípolo observou que a taxa Selic elevada não necessariamente inibe o desenvolvimento. Ele destacou a resiliência da renda e a baixa taxa de desemprego, sinalizando uma dinâmica econômica complexa. O Banco Central continua vigilante em relação a cenários globais e seus impactos nas decisões monetárias.
O presidente do Banco Central brasileiro, Gabriel Galípolo, destacou recentemente a importância de a instituição não se deixar levar por dados isolados. Durante um evento da Fenabrave, ele reiterou sua visão de que a taxa Selic deve permanecer em níveis restritivos por um período considerável. Essa postura reflete a preocupação com a lenta convergência da inflação para a meta estabelecida.

Galípolo explicou que, embora as projeções de inflação do mercado e do próprio Banco Central tenham apresentado recuos, elas ainda se mantêm acima da meta para os próximos dois anos. O Boletim Focus, por exemplo, aponta para uma inflação de 4,86% em 2025, 4,33% em 2026 e 3,97% em 2027, enquanto a meta atual é de 3%. Essa diferença justifica a manutenção de uma política monetária mais rigorosa.

A decisão de interromper o ciclo de cortes e, posteriormente, aumentar as taxas, foi tomada com base na avaliação de que o patamar atual é restritivo, considerando o histórico brasileiro e as práticas de outros países. Apesar disso, a economia brasileira tem demonstrado um crescimento surpreendente, mesmo com a política monetária mais apertada.

Esse crescimento tem gerado debates sobre a eficácia de uma taxa de juros mais elevada. Galípolo observou que a renda tem se mostrado resiliente e o desemprego está no nível mais baixo da série histórica, o que provavelmente impulsiona a demanda. Esse cenário desafia a percepção de que a Selic alta necessariamente frearia o desenvolvimento econômico.

Em relação aos possíveis impactos das tarifas de Donald Trump sobre o Brasil, Gabriel Galípolo ponderou que ainda é cedo para tirar conclusões definitivas. Ele ressaltou que a incerteza gerada por essa situação pode ser mais prejudicial do que as próprias tarifas, uma vez que ela tende a reduzir o consumo e os investimentos. Além disso, as tarifas dificultam ainda mais a previsão do comportamento do câmbio.

Galípolo também comentou sobre a centralidade da economia norte-americana no cenário financeiro global, que a torna praticamente inevitável. Ele mencionou que, apesar dos riscos elevados, os investidores continuam comprando dólares, embora agora utilizem hedge, o que torna a dinâmica ainda mais complexa. O Banco Central brasileiro segue atento a esses movimentos para calibrar suas políticas.

Diante desse cenário, o Banco Central brasileiro mantém uma postura cautelosa, monitorando de perto os dados econômicos e os impactos das políticas globais, para tomar decisões que garantam a estabilidade e o crescimento sustentável do país. A instituição busca equilibrar a necessidade de controlar a inflação com o objetivo de promover o desenvolvimento econômico.

Via Money Times

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