Banco Central prevê piora nas condições de oferta de crédito no 4º trimestre de 2025

Banco Central aponta deterioração na oferta de crédito para o 4º trimestre de 2025, com riscos e inadimplência em alta.
13/11/2025 às 21:22 | Atualizado há 3 dias
               
Oferta de crédito
Tolerância ao risco e inadimplência pioram em todos os segmentos, aponta PTC. (Imagem/Reprodução: Infomoney)

A Pesquisa Trimestral de Condições de Crédito divulgada pelo Banco Central aponta que a oferta de crédito no Brasil deve continuar a se deteriorar no quarto trimestre de 2025. A tendência preocupa as instituições financeiras, que esperam um cenário mais restritivo para o Sistema Financeiro Nacional.

A demanda por crédito se manteve estável ou aumentou no terceiro trimestre, salvo para o segmento habitacional de pessoa física, que pode apresentar queda. A inadimplência e a tolerância ao risco pioraram em todos os segmentos, especialmente no consumo de pessoa física.

Para o último trimestre do ano, o Banco Central prevê maior restrição no crédito a grandes empresas, MPMEs e famílias. Apesar do esforço de instituições como o BNDES, o mercado enfrentará desafios como maior risco, inadimplência e custos elevados, o que exige cautela dos agentes financeiros.
A Pesquisa Trimestral de Condições de Crédito (PTC), divulgada pelo Banco Central, revela uma perspectiva desafiadora para as instituições financeiras no quarto trimestre de 2025. A pesquisa, que avalia as condições do oferta de crédito no Sistema Financeiro Nacional (SFN), indica uma contínua deterioração e espera-se que essa tendência persista nos últimos meses do ano. Essa análise sinaliza um cenário de cautela para o mercado financeiro.

A PTC aponta que a demanda no terceiro trimestre se manteve igual ou superior ao trimestre anterior, com expectativa de continuidade até o final do ano. Uma exceção notável é o segmento de Pessoa Física (PF) habitacional, que pode apresentar uma demanda mais fraca. Essa variação setorial sugere impactos diferenciados no mercado de crédito.

O nível de tolerância ao risco e a inadimplência apresentaram piora em todos os segmentos, com destaque para a inadimplência no segmento de PF Consumo, que superou as projeções do terceiro trimestre. Para o quarto trimestre, a expectativa é de aumento adicional de risco e inadimplência em todos os setores. Essa projeção reforça a necessidade de atenção redobrada na gestão de riscos.

No segmento de grandes empresas, as condições de crédito foram percebidas como ligeiramente mais restritivas no terceiro trimestre, em comparação com o segundo trimestre. As condições da economia doméstica, os níveis de inadimplência, a tolerância ao risco e a liquidez do mercado externo foram fatores determinantes. A expectativa é de continuidade do aperto nas condições de crédito no quarto trimestre.

Para as Micro, Pequenas e Médias Empresas (MPME), os fatores ligados à inadimplência e à tolerância ao risco foram mais restritivos, embora a atuação do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) tenha contribuído para mitigar esse efeito. A avaliação é que esses fatores permanecerão restritivos nos últimos três meses do ano, com o rebalanceamento de portfólio atenuando, em parte, essa maior restrição.

A pesquisa trimestral indica que a maioria dos fatores foi ligeiramente mais restritiva para o consumo das famílias, especialmente o nível de inadimplência. Contudo, o segmento manteve condições relativamente menos restritivas do que as observadas nos demais. A expectativa para o último trimestre é de um comportamento misto, com o comprometimento de renda e a inadimplência pressionando para condições mais restritivas, enquanto a captação de novos clientes e a concorrência entre bancos podem flexibilizar as condições.

No segmento de habitação, as condições foram mais restritivas no terceiro trimestre, com destaque para o custo e a disponibilidade de funding, os níveis de tolerância ao risco, o emprego e as condições salariais. A expectativa é que as condições restritivas persistam nos próximos três meses, embora com alguma melhora advinda do ambiente institucional.

Via InfoMoney

Artigos colaborativos escritos por redatores e editores do portal Vitória Agora.