O Banco Inter divulgou lucro líquido de R$ 336 milhões no terceiro trimestre, com ROE de 14,2%, abaixo do consenso dos analistas. Apesar disso, a carteira de crédito cresceu 9%, destacando 11% no crédito pessoal e 83% no consignado.
O banco mantém foco na meta de ROE de 30% até 2027, com avanço no índice de eficiência graças a aumento de receita e controle de despesas. A inadimplência se manteve estável, com leve queda nos créditos mais atrasados.
A base de clientes do Inter alcançou 41,3 milhões, com 23,9 milhões ativos. A ação na Nasdaq valorizou 140% no ano, refletindo crescimento consistente mesmo diante do ROE menor que o esperado.
O Banco Inter apresentou seu relatório do terceiro trimestre, revelando um lucro líquido de R$ 336 milhões e um **ROE abaixo do consenso**, atingindo 14,2%. Apesar de um crescimento de 30 basis points em relação ao segundo trimestre, o resultado ficou aquém das expectativas de analistas da Bloomberg, Itaú e BTG, que projetavam R$ 374 milhões, R$ 375 milhões e R$ 366 milhões, respectivamente. O banco, contudo, acelerou o crescimento de sua carteira de crédito e conseguiu manter a inadimplência sob controle.
O ROE abaixo do consenso de 14,2% levanta preocupações, considerando a meta ambiciosa do Inter de alcançar um ROE de 30% até 2027. Para atingir essa meta, analistas estimam que o banco precisaria fechar este ano com um ROE de 18%, um objetivo que parece desafiador, mesmo com a sazonalidade favorável do quarto trimestre.
Santiago Stel, CFO do Inter, afirmou que a empresa mantém confiança em seu plano. Ele destacou que os resultados têm demonstrado melhoria a cada trimestre. Ele tambem disse que neste trimestre, o destaque foi o avanço no índice de eficiência, impulsionado pelo crescimento de 29% nas receitas em relação ao ano anterior e um aumento de apenas 16% nas despesas.
João Vitor Menin, CEO do Inter, tem como meta atingir um índice de eficiência de 30%, um ROE de 30% e uma base de 60 milhões de clientes até o final de 2027.
A carteira de crédito do Inter apresentou um crescimento de 9% em relação ao trimestre anterior, totalizando R$ 43,3 bilhões, um desempenho três vezes superior à média do mercado, conforme o CFO. O destaque foi o crédito pessoal, que inclui o consignado privado, com um aumento de 11%. O crédito consignado, especificamente, cresceu 83%, passando de R$ 730 milhões para R$ 1,3 bilhão.
Santiago Stel ainda informou que o Inter detém cerca de 10% de market share nas novas operações de crédito consignado, um produto que, segundo ele, possui um ROE elevado. No terceiro trimestre, a carteira de crédito imobiliário cresceu 10%, a de home equity, 9%, e a de cartões de crédito, 7%.
Apesar do crescimento da carteira de crédito, o Inter conseguiu manter a inadimplência estável. O NPL (Non-Performing Loans) de 15 a 90 dias permaneceu em 4,1%, enquanto o NPL acima de 90 dias apresentou uma leve queda, de 4,6% para 4,5%.
O Inter encerrou o trimestre com 41,3 milhões de clientes, um aumento de 2 milhões em relação ao período anterior. Os clientes ativos, que geraram receita para o banco nos últimos meses, aumentaram de 22,7 milhões para 23,9 milhões, representando um crescimento de 1,2 milhão.
O Inter tem demonstrado um crescimento constante em sua base de clientes ativos, com um aumento de cerca de 1 milhão por trimestre, e acelerou esse crescimento no último trimestre.
Atualmente, o Inter possui um valor de mercado de US$ 4,35 bilhões na Nasdaq, com suas ações registrando uma valorização de 140% desde o início do ano. Nos últimos 12 meses, as ações subiram 60%. Segundo o Itaú, o banco está sendo negociado a 12 vezes o lucro estimado para o próximo ano.
Via Brazil Journal
